segunda-feira, 25 de março de 2013

MENSAGEM 08

Semana 8 – Segunda-feira
 
Leitura bíblica: Gn 4:5; Jó 42:5-6; Mt 19:34; Jo 20:19; Cl 3:4; 1 Pe 1:18
Ler com oração:
Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza (Jó 42:5-6).
 
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DEUS NÃO ACEITA, O QUE PROCEDE DA VIDA DA ALMA, SEJA BOM OU RUIM
 
Quando jovem, João, trabalhava como remendador de redes, auxiliando seu pai na preparação para a pesca de seus companheiros. Após ser chamado para seguir o Senhor, ao contrário de Pedro, que na maioria das vezes manifestava sua opinião, João se resguardava e não tinha tanto destaque entre os apóstolos. Suas falhas também não ficavam tão evidentes como as de Pedro. Vemos que, quando seu nome é mencionado no livro de Atos, frequentemente ele aparece acompanhando Pedro; assim, seu perfil era de seguidor, não de um líder.
Embora admiremos as características de João, supondo que elas signifiquem mansidão ou humildade, essas qualidades ainda faziam parte do lado bom de sua vida da alma. Tais características também precisavam passar pela prova do fogo, pois aquilo que tem origem na vida da alma não é aceito por Deus.
Isso é revelado logo no início da Bíblia, em Gênesis capítulo 4. Ali vemos a história de Caim, que tentou agradar a Deus trazendo-Lhe como oferta, o resultado de seu labor na terra (v. 5). Deus rejeitou essa oferta porque não é o aspecto bom de nossa alma que nos torna aceitáveis a Deus, mas o fato de Seu Filho ter morrido na cruz derramado Seu sangue em nosso lugar. Por isso, quando vamos à presença do Senhor, devemos nos lembrar de que o sacrifício de Jesus é a nossa única base; a Ele não importa se nos achamos bons ou maus aos nossos próprios olhos.
Esse mesmo princípio pode ser visto na história de Jó, pois, apesar de ser íntegro, reto, temente a Deus e se desviar do mal, Jó não conhecia a si mesmo. Além disso, ele conhecia o Senhor só de ouvir. Após passar por várias provações, Jó percebeu que não alcançava o padrão de Deus com seu bom ser natural e que tinha muitos motivos para se arrepender e para se abominar de seu orgulho oculto (Jó 1:1; 42:3-6).
O Evangelho de João registra que, após a morte do Senhor, um dos soldados feriu Seu lado com um lança e dali fluiu sangue e água (Jo 19:34). Por estar perto da cruz, João descreveu esses detalhes de maneira mais minuciosa do que os demais evangelhos. Isso indica que a prioridade da obra do Senhor era eliminar, pela morte na cruz, a fonte do nosso orgulho, nosso velho homem, isto é, a vida da alma. Uma vez resolvido esse grande problema, Ele derramou Seu sangue para nos redimir e verteu água, isto é, liberou Sua vida divina para nos gerar. Esse testemunho é verdadeiro e somos bem aventurados por crermos nele (Jo 20:19; 1 Pe 1:18).
 
Ponto chave: Eliminar vida da alma e crescer na vida de Deus.
Pergunta: Por que Deus não aceita quilo que provém do lado bom da vida da alma?
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Semana 8 – Terça-feira
 
Leitura bíblica: Gn 2:23-24; Jo 14:26; 18:15-16; 19:25-27, 30-37; Ef 5:29-32
Ler com oração:
O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito (Jo 14:26).
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JOÃO: PRESERVADO POR DEUS PARA RECEBER REVELAÇÃO
Quando os cristãos foram perseguidos pelo império romano no primeiro século, os apóstolos de maior destaque, como Pedro, foram martirizados, mas Deus poupou a vida de João. Deus ainda precisava que João completasse a revelação dos evangelhos, fazendo um registro mais detalhado e com enfoque diferente dos outros evangelistas. Por isso, pela soberana vontade do Senhor, João não foi executado pelo império romano, mas ficou preso e exilado por vinte anos. Pelos seus escritos, podemos ver que, durante o tempo em que ficou preso e depois exilado na ilha de Patmos, João negou sua vida da alma e recebeu o acréscimo da vida divina, de modo que, na maturidade, ele se tornou útil para a obra do ministério. No exílio, Deus aperfeiçoou o caráter de João.
Além disso, o Senhor lhe deu muitas revelações por meio do Espírito, que o fez lembrar as palavras ditas pelo Senhor Jesus (Jo 14:26). João sempre seguia o Senhor de perto. Quando Jesus foi levado preso para ser interrogado no pátio do sumo sacerdote, foi acompanhado por Pedro e João, mas Pedro não entrou; ficou junto à porta. Apenas João, por ser conhecido do sumo sacerdote, entrou no pátio com Jesus (18:15-16). Durante a crucificação, João estava bem próximo e somente ele pôde ouvir as palavras que o Senhor proferiu na cruz a respeito de Maria ser sua mãe; por estar ali, junto à cruz, ele também O viu expirar (19:25-30).
Os detalhes registrados por João mostram que seu testemunho é verdadeiro. Ele relatou tudo o que viu na ocasião da morte do Senhor, conforme lemos na seguinte passagem: “Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. Então, os judeus, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação, pois era grande o dia daquele sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele tinham sido crucificados; chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais. E isto aconteceu para se cumprir a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado. E outra vez diz a Escritura: Eles verão aquele a quem traspassaram” (vs. 30-37). Tudo o que João registrou está de acordo com as Escrituras.
Quando o soldado viu que o Senhor já estava morto e O feriu em Seu lado, João viu que após o sangue também saiu água. A água que fluiu do lado do Senhor tem um importante significado. Em Gênesis, vemos que Deus fez cair pesado sono sobre Adão e do seu lado retirou uma costela, a partir da qual edificou uma mulher para que fosse a auxiliadora de Adão. Esse casal representa Cristo e a igreja, pois esta foi gerada a partir da morte do Senhor Jesus. Por isso, assim como Eva era feita dos ossos e da carne de Adão (Gn 2:23-24), a igreja é formada da mesma vida e natureza de Cristo, que saiu de Seu lado (Ef 5:29-32). Aleluia!
 
Ponto chave: Seguir o Senhor de perto.
Pergunta: Qual o significado da água que fluiu do lado do Senhor Jesus quando Ele foi ferido por um soldado?
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Semana 8 – Quarta-feira
 
Leitura bíblica: Jo 6:63; 14:17, 26; Ef 4:22-24; 2 Pe 1:20-21
Ler com oração:
Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta [...]. Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro (Ap 1:10, 12-13).
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AS REVELAÇÕES CONCEDIDAS AO APÓSTOLO JOÃO
 
 
Em sua juventude, João não registrou nada, mas, na maturidade, Deus lhe deu uma incumbência específica, que não foi confiada aos outros apóstolos. Por ser achado em espírito, João recebeu a revelação de Apocalipse, que lhe foi transmitida por um anjo; ela não decorreu da vontade de João nem de qualquer elucidação sua (2 Pe 1:20-21). Nessa ocasião, João foi encarregado pelo Espírito, de registrar tudo o que lhe foi revelado no livro de Apocalipse.
Todavia João não apenas recebeu a revelação das coisas que haviam de acontecer. Durante os vinte anos em que permaneceu preso e exilado, Deus aperfeiçoou João de maneira especial por meio dos sofrimentos; ele aprendeu a negar a si mesmo e, por meio do Espírito, lembrou-se das palavras que o Senhor Jesus havia dito. Então, depois que saiu de Patmos, ele apresentou várias revelações importantes.
Uma delas é com respeito ao fato de que Deus Se fez carne a fim de habitar entre nós (Jo 1:1, 14). Além disso, Jesus tinha de morrer e ressuscitar para Se tornar o Espírito que dá vida (6:63), o Espírito da realidade (14:17), o Consolador (14:26), a fim de dar a vida eterna e habitar para sempre nos que viriam a crer em Seu nome (20:31).
Sobre a morte de Jesus, conforme o conceito tradicional, muitos pensam que Ele morreu como consequência da perda de sangue na cruz, mas esse entendimento é equivocado. Sem o Evangelho de João, pensaríamos que o Senhor tão somente derramou Seu sangue na cruz e depois morreu.
Enquanto os outros discípulos presenciaram o derramamento do sangue, que se pôde ver à distancia, João, por estar perto da cruz, viu mais que isso. Ele nos mostrou que o Senhor Jesus primeiro morreu – para eliminar o velho homem, que é a nossa vida da alma (Rm 6:6) – e, depois, derramou sangue e água. Neste aspecto, o registro de João também é importantíssimo para compreendermos que a morte do Senhor não foi apenas para nos redimir (representada pelo sangue), mas também para gerar a vida da igreja (representada pela água), assim como Eva foi gerada de Adão.
Ao relacionarmos a ordem dos fatos ocorridos na crucificação do Senhor com nossa experiência, percebemos que, em primeiro lugar, o velho homem deve morrer para dar lugar ao novo homem. Cabe a nós, o quanto antes, aplicar essa revelação em nosso viver diário, tomando a cruz dia a dia e negando a nós mesmos para seguir o Senhor. Em segundo lugar, Seu sangue foi derramado em nosso favor para nos purificar dos pecados e de toda injustiça (1 Jo 1:9). Em terceiro lugar, uma vez perdoados dos pecados, ainda precisamos nos despir do velho homem a fim de sermos renovados (Ef 4:22-24), e essa renovação ocorre pelo acréscimo da vida de Deus, representada pela água que fluiu do lado do Senhor.
Somos gratos a Deus por toda essa revelação que nos foi transmitida pelo ministério de João em sua maturidade.
 
 
Ponto chave: Negar a vida alma, receber o perdão dos pecados e ser renovados pela vida de Deus.
Pergunta: Quais são as revelações importantes que João recebeu e registrou?
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Semana 8 – Quinta-feira
 
Leitura bíblica: Rm 6:4; Cl 3:3, 5a; 1 Pe 1:19; 5:9
Ler com oração:
Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado, para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus (1 Pe 4:1-2).
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Aprender com as experiências dos outros
 
O amadurecimento de João lhe proporcionou situações, no final de sua vida, que o levaram a negar a si mesmo a fim de ser útil nas mãos do Senhor. Nós também precisamos alcançar a maturidade na vida de Deus, não nos conformando com nossa atual condição.
Talvez ainda não tenhamos clareza suficiente sobre a necessidade de negarmos a vida da alma, pensando que somos mansos e humildes, assim como João aparentava ser em sua juventude. Aos olhos de Deus, porém, nossas boas características naturais não são satisfatórias, pois não se originam da vida de ressurreição. Na verdade, elas têm origem na vida humana caída que recebemos de nossos pais (1 Pe 1:19). Nisso vemos a importância da regeneração, quando nascemos de novo, recebendo a vida de Deus. Além disso, devemos nos unir ao Senhor em Sua morte, para eliminar o velho homem e fazer morrer nossa natureza terrena (Rm 6:4; Cl 3:3, 5a). Isso é negar a vida da alma. Quanto mais a negamos, mais obtemos a vida divina. Se crescermos na vida divina, obteremos uma posição de autoridade na manifestação do reino dos céus. Louvado seja o Senhor!
O fato de termos boas características em nossa personalidade não nos isenta da necessidade de negarmos a nós mesmos, como vimos no exemplo de Jó, que era justo e íntegro e se desviava do mal. Ainda assim, ele não estava qualificado para servir a Deus, até que reconheceu que necessitava de arrependimento. O apóstolo Pedro também passou por situações que expuseram a influência de sua vida da alma e o levaram a se arrepender, experimentando o fogo do Espírito para eliminar o velho homem. No caso de João, não o vemos passando diretamente pelas mesmas experiências de Pedro, mas, por acompanhá-lo, João foi aprendendo as lições. Enfatizamos isso para mostrar que não precisamos passar necessariamente por todo tipo de sofrimento para que a vida de Deus cresça em nós; basta-nos aprender essas lições quando observamos o que acontece com as pessoas ao nosso redor.
Quando o Senhor foi crucificado, nós também fomos, pois nos identificamos com Sua morte. De igual modo, por estarmos na igreja, identificamo-nos com os sofrimentos dos irmãos (1 Pe 5:9). Quando vemos algum irmão sofrer, nós também tomamos essa experiência a fim de aprendermos com ela. Quando vemos que algum irmão está se arrependendo e aplicando o fogo do Espírito em sua vida da alma, nós também nos arrependemos e aplicamos esse fogo sobre o nosso ego. Podemos aprender enquanto os outros estão aprendendo, podemos queimar nossas impurezas enquanto os outros estão queimando as suas. Aleluia! É dessa maneira que somos aperfeiçoados.
 
Ponto chave: Aprender com as experiências dos irmaõs.
Pergunta: Como podemos aprender com as experiências de sofrimentos dos demais irmãos?
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Semana 8 – Sexta-feira
 
Leitura bíblica: Mt 9:36; 24:14; Hb 2:5-9; Ap 22:12
Ler com oração:
Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (2 Pe 1:8).
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COOPERAR ATIVAMENTE COM O SENHOR
 
           João registrou o que o Senhor disse a Pedro no capítulo 21 de seu evangelho. Naquela ocasião o Senhor falou que, enquanto Pedro era jovem, fazia o que bem entendia (v. 21). O Senhor parecia se referir não à idade física de Pedro, mas à sua idade espiritual. Quando Pedro fosse maduro, isto é, quando tivesse experimentado em seu viver a morte e a ressurreição do Senhor, não agiria mais assim. Pedro aprendeu essa lição, negando a si mesmo, e João também aprendeu com ele, identificando-se com os seus sofrimentos.
Esse é o caminho que devemos seguir se queremos reinar com Cristo no mundo que há de vir. Após termos a revelação de que o Senhor confiará o reino vindouro a homens, conforme Hebreus 2:5-8, devemos nos preparar, buscando basicamente dois itens: o crescimento na vida divina e o aperfeiçoamento na obra do ministério.
A manifestação do reino dos céus está próxima e o Senhor conta conosco como cooperadores em Seu reino, Ele está aguardando o nosso crescimento. Além disso, Ele nos ordenou que preguemos o evangelho do reino em toda a terra habitada, até que venha o fim (Mt 24:14). Na verdade, não somos nós que aguardamos o Senhor, mas é Ele que nos está aguardando cumprir a comissão a nós confiada para que volte e nos galardoe (Ap 22:12). Portanto, nossa espera pela vinda do Senhor deve ser ativa, ou seja, devemos sair e propagar esse evangelho. Precisamos ir até onde estão as pessoas, para levar-lhes a fé e transmitir a Palavra de Deus, compadecendo-nos delas (Mt 9:36).
Ao pregar o evangelho, devemos fazê-lo da maneira mais eficaz. Se planejarmos com antecedência a meta que desejamos atingir, é certo que alcançaremos um grande número de pessoas em nossa cidade. Se organizarmos equipes de pregação do evangelho e prepararmos tendas de oração nos bairros, participaremos de maneira mais ativa, teremos mais experiências no avanço da obra do Senhor e um grande número de pessoas será alcançado.
O fato de desfrutarmos do Senhor em conferências, grandes reuniões e ajuntamentos não garante a nossa entrada vitoriosa no reino. Cantar, louvar e liberar nosso espírito nas reuniões da igreja é desfrutável, mas isso se refere a apenas um aspecto de nossa vida cristã. Ainda precisamos sair para pregar o evangelho, e cumprir o que Deus determinou para nós. Isso nos enriquecerá com novas experiências e nos dará a oportunidade de sermos aperfeiçoados e frutificar. Louvado seja o Senhor!
 
Ponto chave: Apressar a vinda do Senhor, pregando o evangelho do reino.
Pergunta: Como nos preparamos para reinar com o Senhor no mundo vindouro?
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Semana 8 – Sábado
 
Leitura bíblica: Mt 6:10; 7:21b; 24:45-47; Mc 16:15; Tg 1:22; Ap 20:6
Ler com oração:
Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha (Mt 7:24). Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens (24:46-47).
 
 
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A VISÃO E A PRÁTICA
 
A revelação que Deus nos tem dado precisa ser praticada. Atualmente vemos muitas calamidades acontecendo. Essas calamidades mostram que o Senhor está voltando. Foi Ele que nos disse que tais coisas aconteceriam, mas para que Ele volte, é necessário que haja pessoas adequadas para reinar com Ele no mundo que há de vir. Nós sabemos que a vida da alma precisa ser negada para obtermos crescimento da vida divina em nós e alcançarmos o padrão dos que reinarão com Cristo.
Por outro lado, precisamos pregar o evangelho por todo o mundo (Mc 16:15). Dessa forma, teremos o primeiro requisito, a vida divina; e o segundo, o aperfeiçoamento do nosso ministério. Uma vida da igreja muito confortável, só indo para a reunião no domingo para desfrutar não é suficiente. Também não é suficiente ser apenas um bom irmão ou irmã, ou mesmo um bom líder, mas ser um servo bom, fiel e prudente. Precisamos ser irmãos que têm a comissão de Deus, ardendo como fogo em nosso interior, para fazer Sua vontade (Tg 1:22).
Há dois tipos de vencedores em Mateus 24 e 25. Mateus 25 mostra os vencedores representados pelas virgens prudentes e pelos servos que multiplicaram seus talentos. A palavra do Senhor para eles foi: “Servo bom e fiel” (vs. 21, 23). Já em Mateus 24 temos algo adicional: servo fiel e prudente (v. 45).
A nossa meta é reinar com o Senhor (Ap 20:6). Para isso, Ele nos prepara de duas maneiras: nos coloca na vida da igreja para crescermos em vida por meio de negar a vida da alma, e nos aperfeiçoa mediante as experiências a fim de adquirirmos habilidade para administrar, pois no reino vindouro governaremos juntamente com o Senhor, cuidando de pessoas.
Ser um servo prudente é resolver cada situação que aparece, e isso não ocorre apenas com o fato de virmos para as reuniões da igreja. Dessa forma, adquirimos alguma prudência, mas esse viver não nos capacita em todos os aspectos que necessitamos. Para ser servo prudente, precisamos sair, pregar o evangelho do reino a toda terra habitada e alimentar os conservos. Aonde houver pessoas precisamos ir: de casa em casa nas zonas residenciais, de loja em loja nas zonas comerciais, e de grupo cristão em grupo cristão.
Em nós ainda há muitas tradições, velharias e conceitos que retardam o avanço do evangelho. Imaginem se pizzarias, padarias, farmácias e lojas abrirem espaço para o BooKafé em todos os bairros. Muitas pessoas serão alcançadas, pois muitos terão acesso ao que temos desfrutado: o evangelho do reino!
O progresso faz com que um bem de conveniência se torne disponível, acessível para toda a população. A tecnologia, as telecomunicações, o transporte, tudo progrediu. Nós, na igreja, precisamos também progredir e não permanecer na velha tradição, com aquele jeito antigo de pregar o evangelho, presos dentro do local de reuniões ou dos templos, por vinte, trinta anos e nenhum bairro ainda tenha sido alcançado pelo evangelho do reino. Isso é como se fôssemos canários da terra, cantando dentro da gaiola: “Como é maravilhosa a vida da igreja!” Sabemos cantar, falar belas palavras sobre o Senhor, mas “dentro da gaiola”! Agora é hora de “voar” para fora e cantar para todos.
Quantas pessoas ainda precisam do Senhor! Ele quer alcançar cidades grandes e pequenas. As cidades grandes precisam ser divididas em setores, com seus bairros demarcados, para que cada equipe assuma uma região para pregar-lhes o evangelho do reino. Isso permitirá que todas as pessoas sejam alcançadas, e, assim, apressaremos a volta do Senhor (2 Pe 3:12).
 
Ponto chave: Praticantes, não somente ouvintes.
Pergunta: Como ser galardoado na volta do Senhor?

terça-feira, 19 de março de 2013

MENSAGEM

Semana 7 – Segunda-feira
 
Leitura bíblica: Jo 1:12; 6:36; 20:31; At 3:16; 4:12; 10:43; Rm 10:9-13
Ler com oração:
Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome (Jo 20:30-31).
 
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O início do ministério de invocar o nome do Senhor
 
Em Atos 2, o Senhor derramou o Seu Espírito sobre homens iletrados e incultos e os capacitou a pregar o evangelho com ousadia e intrepidez. Eles ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em línguas que desconheciam. Isso impulsionou aqueles galileus a iniciar a obra de Deus no meio do povo judeu (v. 7).
Naquele dia, levantou-se Pedro, com os onze apóstolos, e, erguendo a voz, advertiu a multidão que aquele acontecimento se tratava do cumprimento das palavras proferidas pelo profeta Joel, em cuja profecia se menciona que, nos últimos dias, o Senhor derramaria o Seu Espírito sobre toda a carne e todos aqueles sinais e prodígios iriam acontecer. No final, contudo, Joel acrescenta: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (vs. 14-21). Isso mostra que a salvação não está diretamente relacionada com milagres, mas com o fato de invocar o nome do Senhor.
Os sinais e milagres não são suficientes para salvar uma pessoa, pois são exteriores. Mas, ao invocar o nome do Senhor, o homem é salvo interiormente, em seu espírito, sendo regenerado pela vida divina. Por isso, não enfatizamos a busca por sinais e milagres espirituais, pois o desejo de Deus é que o homem seja salvo pela fé em Seu nome (Jo 1:12; 20:31; Rm 10:9-13; At 3:16; 4:12; 10:43).
Por exemplo, à medida que o Senhor Jesus pregava o evangelho, Ele realizava muitos milagres diante dos seus discípulos e das multidões, que passavam a segui-Lo. No caso da multiplicação dos pães, na qual mais de cinco mil pessoas foram alimentadas, vemos que, embora ficassem maravilhadas com os sinais, aquelas pessoas ainda não criam Nele (Jo 6:36). À vista de tanta incredulidade, e de muitos abandonarem o Senhor, os doze discípulos O seguiam por crerem em Sua palavra e em Seu nome. Em João 6:68-69, Pedro até afirmou: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus”.
Dentre os doze discípulos do Senhor, quatro foram mencionados de maneira especial: Pedro, André, João e Tiago, que eram pescadores. André e outro discípulo eram discípulos de João Batista, mas, quando o ouviram dizer que Jesus era o “Cordeiro de Deus”, seguiram Jesus (Jo 1:29, 36-37). Então, esses dois foram a Simão e lhe contaram que haviam achado o Messias (que quer dizer Cristo) e o levaram até Jesus. Depois disso, o Senhor foi até o mar da Galileia e chamou esses quatro para segui-Lo.
Mateus, por sua vez, era um publicano coletor de impostos, e também foi chamado pelo Senhor. Sua relação administrativa com o império romano e os ensinamentos do Senhor com respeito ao reino levou-o a escrever seu evangelho com ênfase no estabelecimento do reino dos céus.
Os demais discípulos do Senhor também tiveram sua importância, porém a Bíblia destaca especialmente esses cinco. Graças a Deus por ter escolhido pessoas tão simples às quais confiou o ministério de invocar o nome do Senhor, por meio do qual muitos foram salvos.
 
Ponto chave: Somente pela fé no nome do Senhor o homem pode ser salvo.
Pergunta: Por que os sinais exteriores não bastam para salvar?
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Semana 7 – Terça-feira
 
Leitura bíblica: Cl 4:10; Fm 24; 1 Pe 5:12-13
Ler com oração:
Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé, a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós, nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo (2 Ts 1:11).
 
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Cooperadores do ministério neotestamentário
 
 
Além dos doze apóstolos, muitos outros foram chamados pelo Espírito para a obra do ministério. João, apelidado Marcos (At 12:25), acompanhou Paulo e Barnabé no início da primeira viagem missionária. Todavia, por causa das adversidades da viagem, Marcos acabou voltando para Jerusalém, não acompanhando Paulo e Barnabé no restante da viagem (13:13).
Paulo se recusou a levar Marcos na segunda viagem, o que provocou uma grande discussão entre ele e Barnabé, a ponto de se separarem (15:36-39). Barnabé, entretanto, não desistiu de Marcos e o levou para Chipre. Certamente, em meio a essas situações, o jovem Marcos aprendeu lições, sendo aperfeiçoado por Barnabé. Finalmente, quando estava maduro, Marcos foi útil ao Senhor, pois cooperou com Paulo, quando este estava preso (Cl 4:10; Fm 24), e com Pedro, quando este estava na Babilônia (1 Pe 5:13). Há fortes indicações de que Marcos escreveu seu evangelho baseado nos relatos de Pedro.
Silas, também chamado Silvano, foi muito útil ao Senhor, servindo ao lado de Paulo na segunda viagem. Ele era um dos líderes da igreja em Jerusalém que, juntamente com Judas, acompanharam Paulo até Antioquia após a resolução da conferência em Jerusalém (At 15:22). Terminada sua missão, Silas não quis mais voltar para Jerusalém, pois escolhera permanecer ali e cooperar com Paulo em seu ministério. Então, eles viajaram juntos pelas regiões da Macedônia, Acaia e Ásia, pregando o evangelho e estabelecendo igrejas nas cidades por onde passavam. Ao final da segunda viagem, quando Paulo decidiu passar por Jerusalém, Silas não o acompanhou. Ao realizar sua terceira viagem, Silas tampouco é mencionado. Mais tarde, ele aparece também cooperarando com Pedro, quando esteve na Babilônia (1 Pe 5:12).
Outro importante cooperador de Paulo foi Lucas, que era médico (Cl 4:14). Ele foi responsável por registrar todos os fatos descritos no livro dos Atos dos Apóstolos e escreveu seu evangelho com base em suas pesquisas (At 1:1-3; Lc 1:1-4).
Graças a Deus por Sua grande misericórdia e infinita graça. Do mesmo modo como, no passado, chamou essas pessoas, ainda hoje Ele nos chama, independente de qual seja nossa história, instrução, função ou origem. Não importa nossa condição, Ele é poderoso para nos capacitar e equipar para realizar Sua obra de edificação. Por isso não podemos desistir de ninguém, tampouco de nós mesmos. Se perseverarmos seguindo o Senhor, independente de nossos erros ou dificuldades, seremos úteis a Ele hoje e, no porvir, seremos aprovados por Ele em Seu reino.
 
Ponto chave: Perseverar em seguir o Senhor, independente de nossos erros ou dificuldades.
Pergunta: Que lições aprendemos com a experiência de Marcos, Silas e Lucas?
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Semana 7 – Quarta-feira
 
Leitura bíblica: Mt 25:10-12, 30; 1 Pe 4:17
Ler com oração:
Manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão (1 Co 3:13-14).
 
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Ser purificado pelo fogo no tempo atual
 
No início da história da igreja, Pedro era o principal apóstolo, e exercia certa liderança entre os irmãos em Jerusalém. Nos registros bíblicos, vemos que, em diversos momentos, ele foi exposto em suas falhas. Vários desses episódios estão descritos no evangelho de Mateus, onde frequentemente Pedro é repreendido pelo Senhor. Apesar de reconhecer seus erros, a vida da alma de Pedro era forte e, por isso, continuamente era exposta.
Essa característica de Pedro ilustra quão difícil é lidarmos com nossa vida da alma, pois, mesmo depois que sofremos por nossas falhas e nos arrependemos, mais tarde, tornamos a errar. Graças ao Senhor, mesmo uma pessoa como Pedro foi transformada pela vida divina, e sua história de vida nos traz muita ajuda.
Como vimos ontem, Marcos e Silas tornaram-se cooperadores de Pedro, quando ele estava na Babilônia (1 Pe 5:12-13). Nesse tempo, Pedro escreveu suas epístolas, nas quais ele discorre acerca da purificação de nossa alma pelo fogo santificador do Espírito. Em Mateus 3:11, é revelado que o Senhor nos batizou com Espírito Santo e com fogo. Aplicando essas palavras à nossa experiência, Pedro escreveu: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando.” (1 Pe 4:12-13). Ele mesmo havia passado por essas experiências, e, cada vez que sua vida da alma foi exposta, ele aprendeu a permitir que o fogo do Espírito purificasse o seu interior.
Ao escrever essas palavras, Pedro não considerava somente a sua experiência. Ao seu lado estavam Marcos e Silas, que também haviam passado por sofrimentos por amor ao Senhor, e foram aperfeiçoados quanto ao negar a vida da alma. Eles aprenderam que os sofrimentos físicos não bastam para transformar nossa alma. O que nos traz a verdadeira transformação na alma é permitir que o fogo do Espírito queime as suas impurezas.
Em sua epístola, Pedro também nos revela que, no grande Dia do Juízo, no tribunal de Cristo, o julgamento começará pela casa de Deus (1 Pe 4:17). Ali será decidido pelo Senhor se estaremos aptos para desfrutar da glória de Seu reino, ou se seremos disciplinados (1 Co 3:14-15). Aqueles que não tiverem sido aperfeiçoados em vida, não permitindo que o fogo do Espírito os purifique, serão reprovados pelo Senhor e deixados do lado de fora do gozo do reino milenar, nas trevas exteriores (Mt 25:10-12, 30).
Por esse motivo, quando nossa vida da alma for exposta, voltemo-nos ao Espírito, invocando o nome do Senhor. Que possamos nos arrepender e esvaziar de nós mesmos dia a dia, permitindo que o fogo purificador do Espírito nos limpe de todas as impurezas de nossa alma!
 
Ponto chave: Voltar ao espírito para ser purificado pelo fogo santo.
Pergunta: Por que somente os sofrimentos físicos não bastam para nos transformar?
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Semana 7 – Quinta-feira
 
Leitura bíblica: Jo 13:23;14:26; Ap 1:11
Ler com oração:
Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia (Ap 1:9-11).
 
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O início do ministério do apóstolo João
 
Assim como Pedro, João também foi transformado em sua alma por meio dos sofrimentos (Ap 1:9). Sabemos que, no início da vida da igreja em Jerusalém, João estava constantemente ao lado de Pedro. Apesar de ser um dos doze apóstolos, João não ministrava entre os irmãos, e não se destacava dos demais. Podemos inferir que João talvez não quisesse exercer liderança, tampouco buscar posições elevadas. No livro de Atos, ele é mencionado poucas vezes, mas, por acompanhar Pedro em suas jornadas, João, certamente, aprendeu muitas lições.
Em seu evangelho, ao descrever sua afinidade com o Senhor, afirmou várias vezes ser o discípulo a quem Jesus amava (Jo 13:23; 19:26; 20:2; 21:7). Com o passar do tempo, o amor de Cristo foi de fato trabalhado em João, e, em sua maturidade, ele se tornou amável, como o próprio Senhor Jesus.
Ele foi escolhido para ser o último ministro do Novo Testamento, recebendo o ministério que permanecerá até a volta do Senhor. Ao ser chamado pelo Senhor, João remendava redes de pesca. Essa habilidade retrata uma característica de seu ministério ulterior. A história da igreja nos mostra que ao sair de Patmos, João foi para Éfeso a fim de restaurar, “remendar” a situação da igreja naquela cidade. Ali, no espírito e pela vida divina, ele “remendou” ou corrigiu o que havia sido danificado pela religião, pelo conhecimento doutrinário e pela tradição humana.
No tempo certo, o Senhor, soberanamente, usa em ressurreição as características de Seus servos em prol de Sua obra. Ele usou a ousadia e a intrepidez de Pedro para iniciar a pregação do evangelho. Ao mesmo tempo, João foi trabalhado por Deus. Essa transformação gerou nele um caráter manso, amoroso e paciente que, em sua maturidade, tornou-se muito útil na restauração das igrejas. Louvamos o Senhor por ter escolhido uma pessoa tão amorosa como João para transmitir Suas advertências e repreensões.
Mesmo estando avançado em dias, João foi encarregado por Deus de enviar Suas palavras às igrejas da Ásia (Ap 1:11). Porque era simples e cheio do amor de Deus, ele estava apto para cuidar dos irmãos e ajudá-los a retornar ao primeiro amor. Cremos que, ao chegarem Éfeso, ele não fez acusações ou julgamentos sobre os irmãos, mas os ajudou a arrepender-se, a voltar-se ao espírito e a praticar a Palavra. Dessa maneira, a igreja em Éfeso foi restaurada a uma condição desejável.
 
Ponto chave: No tempo certo, o Senhor usa as características de Seus servos em Sua obra.
Pergunta: De que maneira habilidade de remendar redes de João foi usada por Deus?
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Semana 7 – Sexta-feira
 
Leitura bíblica: Jo 5:39-40; 2 Co 3:6; 1 Tm 1:3-7; 2 Tm 1:15; Ap 2:4; 3:10
Ler com oração:
Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João, o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu (Ap 1:1-2).
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Revelações e advertências notificadas a João (1)
 
A primeira igreja em Apocalipse a ser advertida por Deus foi Éfeso, que significa desejável (Ap 2:1). Contudo, ainda nos tempos de Paulo, a igreja em Éfeso começou a degradar-se, pois os santos apenas analisavam e estudavam as Escrituras, porém não se voltavam ao Espírito para receber vida e praticar a Palavra (Jo 5:39-40; 2 Co 3:6). Com o tempo, envolveram-se com doutrinas, fábulas, genealogias e discussões que não promoviam a fé (1 Tm 1:3-4), e, por fim, abandonaram o primeiro amor (Ap 2:4).
As igrejas da Ásia foram geradas por Paulo, porém o abandonaram no final de sua carreira (2 Tm 1:15). Muitos anos depois, quando João recebeu as revelações de Apocalipse, as igrejas da Ásia não estavam em boa situação, com exceção de Esmirna e Filadélfia.
        A igreja em Esmirna sofria perseguições, e muitos cristãos foram martirizados. A palavra Esmirna vem de mirra, que era uma planta usada para embalsamar os mortos, lembrandonos o sofrimento da morte. Essa igreja representa o período da história em que os cristãos foram perseguidos pelo império romano, do segundo ao quarto século. Entretanto, mesmo diante das perseguições, os irmãos continuavam invocando o nome do Senhor, dando testemunho da fé. Por estarem cheios de vida, mesmo diante da morte mantinham-se fiéis ao Senhor (Ap 2:8-11). Somente Esmirna e Filadélfia têm a promessa de receber a coroa da vida, isto é, a promessa de reinar com o Senhor, mas, para isso, precisam ser fiéis até o fim e conservar o que têm (3:11).
As demais igrejas descritas em Apocalipse representam as condições pelas quais a igreja passou ao longo da história. A igreja em Pérgamo, cujo nome significa torre alta ou casamento, representa os cristãos no início do século IV, quando a política se misturou com a igreja, durante o governo do imperador Constantino. Depois do martírio de Antipas (Ap 2:14), um fiel servo do Senhor, foram introduzidas na igreja em Pérgamo as doutrinas de Balaão e dos nicolaítas: a corrupção e a hierarquia. Os cristãos passaram a ambicionar posições elevadas na sociedade e na igreja, trazendo para esta a influência do governo humano e o trono de Satanás (v. 13). A partir de então, os cristãos deixaram de invocar o nome do Senhor e guardar Sua palavra.
Em seguida, vemos a igreja em Tiatira, que representa os cristãos a partir do final do século IV. Por conveniência, muitos se declararam cristãos, mesmo não tendo crido no Senhor. Nesse período, o poder eclesiástico superou o poder político, a ponto de influenciar as decisões dos reis. Foi nesse tempo que os cristãos deixaram de se submeter à direção do Espírito, ao encabeçamento de Cristo, recebendo os falsos ensinamentos e doutrinas de Jezabel, que induzia as pessoas a cometer prostituição e também idolatria (Ap 2:20). Essa foi uma época de trevas para a igreja, que perdeu totalmente a revelação neotestamentária.
Que o Senhor nos mantenha fiéis ao Seu nome e à Sua palavra, e nos guarde de toda mistura mundana que Satanás quer introduzir na igreja. Amanhã veremos mais sobre a revelação da história da igreja descrita por João em Apocalipse.
 
Ponto chave: Ser fiéis ao Senhor invocando Seu nome e guardando Sua palavra.
Pergunta: Que características positivas são encontradas nas igrejas em Esmirna e Filadélfia?
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Semana 7 – Sábado
 
Leitura bíblica: Mt 13:45-46; Ap 3:1-3; 3:8
Ler com oração:
Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa (Ap 3:10-11).
 
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Revelações e advertências notificadas a João (2)
 
 
Como vimos, as revelações divinas foram esquecidas pelos cristãos, e o acesso às Escrituras ficou restrito às autoridades eclesiásticas. Somente cerca de mil anos depois, no século XVI, após perceber que muitos ensinamentos da igreja estavam relacionados à tradição humana e não à Palavra de Deus, Martinho Lutero publicou noventa e cinco teses, nas quais refutava muitas práticas e ensinamentos oriundos de Roma. Uma das verdades bíblicas que foi restaurada por ele é a da justificação pela fé em Cristo e não por obras feitas pelos homens.
Além disso, Lutero também traduziu a Bíblia, e, logo depois, com a invenção da imprensa, mais pessoas, além do clero, tiveram acesso à Palavra de Deus. Esse período é representado pela igreja em Sardes que significa restauração. Embora essa igreja tenha recebido a revelação das verdades, não demorou muito para perderem o mais importante, o que é essencial: a realidade que vem pela vida divina. Por isso o Senhor a advertiu, dizendo: “Tens nome de que vives e estás morto” e “não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus” (Ap 3:1-2). Por causa de estudos e análises dos textos bíblicos, surgiram várias interpretações e novas doutrinas, que produziam discussões, em vez de promover a economia de Deus na fé (1 Tm 1:4). Isso é a característica de quem vive segundo a vida da alma, e não segundo o Espírito.
Como resultado, ao longo dos séculos, os cristãos têm-se dividido. Igrejas estatais e diversas denominações surgiram e logo, gradualmente, a prática da revelação da Palavra de Deus foi novamente abandonada. Alguns passaram a exercer seus ministérios particulares, dando mais ênfase ao que consideravam ser doutrinas fundamentais, e outros a valorizar mais as manifestações exteriores do Espírito.
Graças ao Senhor, o Espírito reagiu, e, por meio da revelação dada à igreja em Filadélfia, vemos que o Senhor valoriza muito o Seu nome e a prática de Sua palavra: “Guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome” (Ap 3:8). O significado de Filadélfia é amor fraternal. Por tomarem a Palavra no espírito, eles não perderam tempo discutindo ou analisando as verdades; eles as praticaram. Assim a vida de Deus neles cresceu e se manifestou na forma de amor entre os irmãos. Isso fez deles uma pérola de grande valor, como descrito em Mateus 13:45-46. Como a igreja em Esmirna, os que seguem o caminho de Filadélfia também têm a promessa do galardão: “Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3:11).
Para a igreja em Laodiceia, porém, o Senhor vem mostrar a necessidade de se humilhar, pois ela se considera abastada, isto é, acha que não precisa da ajuda de ninguém, não vendo assim, sua própria condição (vs. 17-18). Enquanto Esmirna era pobre, mas foi considerada rica pelo Senhor, Laodicéia se considerava rica, mas o Senhor expôs sua pobreza, cegueira e nudez. Por ser morna, a ponto de ser vomitada de Sua boca, Ele a chama ao arrependimento (v. 19). Essa é a misericórdia de Deus!
Que possamos deixar as complicações da mente caída e todo orgulho a fim de andar no caminho que agrada a Deus e traz o Seu reino: praticar a Palavra e invocar o nome do Senhor!
 
Ponto chave: Voltar-se ao espírito para praticar a Palavra de Deus.
Pergunta: Por que o Senhor afirma que Sardes tem nome de que vive, mas está morto?
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Semana 7 – Domingo
 
Leitura bíblica: 1 Jo 1:9; Ap 3:14-22
Ler com oração:
O saber ensoberbece, mas o amor edifica. Se alguém julga saber alguma coisa, com efeito, não aprendeu ainda como convém saber. Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele (1 Co 8:1b-3).
 
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Lições para quem deseja ser um vencedor
 
Nesta semana, vimos que o Senhor chamou doze apóstolos e muitos discípulos para cooperarem com Ele em Sua obra. A estes que chamou Ele trabalhou por meio de várias circunstâncias e os fez úteis em Suas mãos. Hoje, o Senhor continua fazendo o mesmo.
Nesta semana, vimos que o Senhor chamou doze apóstolos e muitos discípulos para cooperarem com Ele em Sua obra. A estes que chamou Ele trabalhou por meio de várias circunstâncias e os fez úteis em Suas mãos. Hoje, o Senhor continua fazendo o mesmo. Embora não sejamos adequados, à medida que nos arrependemos e negamos a nós mesmos, somos transformados; à medida que nos esvaziamos do que somos, permitimos que Ele nos encha com Sua vida e amor. Assim, após passar por morte e ressurreição, nossas características podem ser utilizadas por Deus para abençoar e ajudar as pessoas a fazer a Sua vontade.
Também vimos que todas as cartas escritas às igrejas em Apocalipse trazem-nos lições e advertências para que nos tornemos vencedores (2:5, 7, 14-17, 20-22, 29; 3:1-3, 5, 15-19), isto é, tenhamos o padrão de viver daqueles que irão reinar com Cristo. Isso não significa que não iremos errar, mas que aprendemos a nos arrepender quando somos expostos em nossa vida da alma. Além disso, também precisamos aprender a dar ouvidos ao que o Espírito diz às igrejas e, ao ver o erro dos outros, em vez de julgá-los, aplicar o “fogo do Espírito” em nossa vida para queimar as impurezas da alma.
Desta maneira, jamais iremos nos orgulhar, mas buscaremos o que realmente agrada o Senhor: praticar Sua palavra e andar no espírito, invocando o Seu nome (3 Jo 4; Rm 10:13; 1 Co 12:3; Gl 5:16, 25). Que possamos aprender com o apóstolo João, que seguiu de perto o Senhor Jesus e aprendeu as lições de vida com os que O seguiam. Por fim, quando atingiu a maturidade, João pôde ser tremendamente usado por Deus. Seu ministério de Espírito e vida irá perdurar até a volta do Senhor. Aleluia!
 
Ponto chave: Ser trabalhado pelo espírito para ser útil a Deus.
Pergunta: Que lições você aprendeu nesta semana?