segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Semana 2 – Segunda-Feira
 
Leitura bíblica: Ap 1:4, 11, 20; 2:7a, 11a, 17a, 29; 3:13, 22
Ler com oração:
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça (Mt 13:9).Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas (Ap 3:6). 
 
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TER OUVIDOS PARA OUVIR O QUE
O ESPÍRITO DIZ ÀS IGREJAS
 
Nesta semana veremos a relação das sete igrejas de Apocalipse 2 e 3 com as sete parábolas de Mateus 13. As sete igrejas citadas em Apocalipse estavam situadas em sete cidades na Ásia Menor, área onde Paulo realizou sua obra (Ap 1:4, 11). Não havia apenas sete igrejas naquela região; havia outras igrejas ali, como a igreja em Colossos (Cl 4:15-16), mas essas sete foram usadas para prefigurar profeticamente a história da igreja bem como a sua condição espiritual.
Há um significado profético no nome das cidades da Ásia onde estavam as sete igrejas. A primeira é a igreja em Éfeso. O nome Éfeso significa desejável. A segunda é a igreja em Esmirna, cujo nome significa mirra, uma planta de gosto amargo, portanto relacionado a sofrimento. A terceira é a igreja em Pérgamo, cujo nome significa torre alta e também casamento; isso indicava seu casamento com o mundo e sua condição anormal de crescimento. Depois temos a quarta igreja em Tiatira, que significa sacrifício incessante e que se refere à mistura introduzida na igreja de ensinamentos pagãos a partir do quarto século. A quinta é a igreja em Sardes, cujo nome significa restauração, prefigurando uma nova condição da igreja no período pós-reforma; embora tivesse o nome de restauração, ela não fez a obra completa que lhe fora confiada. A sexta é a igreja em Filadélfia, cujo nome significa amor fraternal. E a sétima é a igreja em Laodiceia, cujo nome quer dizer julgamento ou direito do povo.
Nas cartas a essas sete igrejas, vemos o amor e o cuidado do Senhor por meio do que Ele tinha a dizer a cada uma delas naquela época, bem como o aspecto profético, que mostra toda a história da igreja. Veremos a relação dessas igrejas com as parábolas de Mateus 13 a partir da leitura de amanhã. Por isso “quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2:7a, 11a, 17a, 29; 3:6, 13, 22).
 
Ponto-chave: O amor e o cuidado do Senhor por Suas igrejas.
Pergunta: Qual é o significado do nome das cidades onde estavam as sete igrejas?
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Semana 2 – Terça-Feira
 
Leitura bíblica: At 20:18-31; Ef 3:1-12; 1 Tm 1:1-5
Ler com oração:
Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos. Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação (2 Tm 1:6-7). 
  
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A PARÁBOLA DO SEMEADOR E A IGREJA EM ÉFESO
 
A parábola do semeador se relaciona com a primeira das igrejas de Apocalipse, a igreja em Éfeso, que simboliza a igreja na época dos apóstolos. A igreja em Éfeso recebeu bastante cuidado do apóstolo Paulo (At 19:8-10; 20:18-31). Ela deveria estar numa condição desejável, como o próprio nome significa. Mas, na época de Paulo, não estava numa condição tão boa.
Quando foi aprisionado pelos judeus e enviado a Roma, Paulo escreveu quatro epístolas: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Embora, pessoalmente, não pudesse estar lá para ajudar na edificação da igreja, esperava que os efésios tomassem suas palavras e assim edificassem a igreja em Éfeso. O objetivo da epístola era que a igreja pudesse lê-la e praticá-la. A carta aos efésios continha as revelações elevadas sobre a economia neotestamentária de Deus, isto é, sobre a Fé objetiva ser trabalhada em nossa fé subjetiva (cf. Ef 3:2-4, 8-9)¹.
Após ser solto de seu primeiro aprisionamento, Paulo visitou novamente as igrejas da Ásia e passou por Éfeso, porém não pôde permanecer no meio deles por tanto tempo como anteriormente. Assim quando partiu deixou ali seu jovem cooperador Timóteo, a quem mais tarde enviou uma epístola na qual pediu a ele para que admoestasse certos irmãos que não ensinassem coisas diferentes da economia de Deus (1 Tm 1:3-4)². Porém, a situação em Éfeso era tão negativa e subjugadora que até mesmo Timóteo ficou desencorajado. Paulo, então, lhe escreveu uma segunda carta para animá-lo.
A igreja em Éfeso naquela condição não era desejável. Nisso vemos a relação entre a primeira parábola e a igreja em Éfeso. O coração dos santos ali talvez estivesse como os três primeiros tipos de solo na parábola do semeador, de modo que a Palavra não pôde frutificar. Timóteo, mesmo exortando-os a não ensinar diferentemente, não conseguiu fazê-los permanecer firmes na economia divina. Podemos dizer que os irmãos de Éfeso usaram a mente para estudar e analisar os ensinamentos de Paulo, porém não o espírito para absorvê-los. Por fim, apenas os consideravam como doutrina. Essa nunca foi a intenção do apóstolo Paulo.
Hoje há muitos cristãos que também tomam a Palavra de Deus como doutrina e até mesmo se orgulham em ter maior conhecimento bíblico que os demais. Esse tipo de atitude não produz crescimento espiritual, e sim o fortalecimento da soberba, da vida da alma.
A situação negativa da igreja em Éfeso e o desencorajamento de Timóteo diante dessa situação motivaram o apóstolo Paulo a lhe escrever uma segunda epístola, exortando-o a reavivar, ou reacender, o dom que havia nele (2 Tm 1:6). Igualmente, nós devemos exercitar nosso espírito ao ler a Palavra e aplicá-la à nossa experiência, a fim de que se torne nossa realidade. Desse modo, assim como a semente que caiu em boa terra, a palavra do reino poderá germinar, crescer e dar fruto a cem, a sessenta e a trinta por um.
 
Ponto-chave: Absorver a palavra do reino espírito e aplicá-la à nossa experiência.
Pergunta: De que modo a parábola do semeador está relacionada com a igreja em Éfeso?
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Semana 2 – Quarta-Feira
 
Leitura bíblica: Mt 13:24-30, 36-43
Ler com oração:
Não temas as coisas que tens de sofrer. [...] Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida (Ap 2:11). Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós (Rm 8:18).
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A PARÁBOLA DO JOIO E A IGREJA EM ESMIRNA
 
A segunda carta de Apocalipse 2:3 foi escrita à igreja em Esmirna. A palavra Esmirna quer dizer mirra, resina amarga usada para embalsamar. Isso indica que a igreja iria passar por sofrimento.
De acordo com a história, muitos cristãos foram martirizados sob a perseguição do império romano nesse período. Mas a igreja invocava o nome do Senhor, e, assim, os irmãos permaneciam firmes. Durante o período prefigurado pela igreja em Esmirna, houve dez grandes perseguições (Ap 2:10), porém, mesmo em meio à tanta tribulação, o número de cristãos aumentou. Certamente a palavra do Senhor e o Seu nome os encorajaram a ser fiéis até a morte, assim como foi Antipas, a fiel testemunha do Senhor (vs. 11, 13b).
Essa carta se relaciona à segunda parábola, a do joio, em Mateus 13. O fato de haver joio plantado no mesmo campo que o trigo traz sofrimento para o trigo. O joio não foi semeado pelo senhor da terra, mas pelo inimigo (vs. 24-25).Uma vez que a semente do joio e a semente do trigo foram semeadas no mesmo terreno, as raízes se entrelaçam debaixo do solo. Se o joio fosse arrancado, poderia também arrancar-se o trigo. Por isso o senhor disse a seus servos: “Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro” (v. 30).
Quando o trigo amadurece, por causa de seus muitos grãos, a espiga se encurva, porque está cheia de vida. Quanto mais vida há, mais se encurva. O joio, porém, não é assim; fica ereto. Então o motivo de deixar crescer trigo e joio juntos é que aqueles que têm vida, quanto mais crescem, mais frutos dão e mais humildes se tornam. Contudo os que são como joio, quanto mais crescem, mais orgulhosos se tornam.
Segundo a explicação do Senhor nos versículos 37-43, quando Ele vier com Seus anjos na consumação do século, todos seremos julgados em Seu tribunal. Os que têm a vida de Deus, representados pelo trigo, poderão adentrar o reino milenar (v. 43). Todavia todos os escândalos e os que praticam a iniquidade serão ajuntados e lançados na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes (vs. 41-42). O joio, que simboliza os filhos do maligno, será atado em feixes e jogado para ser queimado na fornalha acesa.
Embora o joio represente os incrédulos, para fim de aplicação à nossa experiência, podemos dizer que também se refere a cristãos que, por viver na vida da alma, são usados pelo maligno como obstáculos para o crescimento espiritual dos crentes sequiosos e que amam o Senhor. Nesse sentido, a fornalha acesa também pode se referir às trevas exteriores, nas quais os cristãos anímicos serão lançados para amadurecer no milênio (25:30). Esse processo para acelerar o amadurecimento dos filhos de Deus imaturos é o mesmo que certas frutas sofrem numa estufa por terem sido colhidas ainda verdes. O objetivo não é destruí-las, mas amadurecê-las.
Todos nós necessitamos de crescimento, amadurecimento. Por isso precisamos aproveitar todas as oportunidades que surgem na vida normal da igreja para crescer. Muitas vezes, passamos por perseguições e calúnias de pessoas que desejam nos destruir. Mas nessas situações de oposição e sofrimento, devemos buscar crescer mais e nos tornar filhos maduros. Por fim, os que amadurecerem serão justos e “resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai” (13:43).
 
Ponto-chave: Crescer a despeito das dificuldades. 
Pergunta: Que pode nos fortalecer em meio as tribulações e sofrimentos?
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Semana 2 – Quinta-Feira
 
Leitura bíblica: Gn 1:11-12; Mt 13:31-32
Ler com oração: Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus(Mt 4:4).
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A PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA E A IGREJA EM PÉRGAMO
 
A terceira parábola é a do grão de mostarda que, embora sendo uma hortaliça, cresceu a ponto de se tornar uma árvore em que até as aves se aninham (Mt 13:31-32). A mostarda é uma hortaliça que serve de alimento às pessoas e deve permanecer como tal. Esse crescimento é contrário ao princípio divino estabelecido em Gênesis 1 de que cada planta daria fruto segundo sua espécie (vs. 11-12). Portanto uma hortaliça crescer a ponto de se tornar árvore é um crescimento anormal.
Alguns interpretam erroneamente esse crescimento anormal e pensam que descreve o aumento de uma igreja em número, como se fosse algo positivo. Porém temos de nos lembrar de que “as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos” (Mt 13:32). Segundo a própria interpretação do Senhor na parábola do semeador, as aves representam o maligno (vs. 4, 19). Portanto essa figura se refere ao crescimento anormal em número, ocorrido quando o cristianismo tornou-se a religião oficial adotada pelo império romano.
Essa parábola se relaciona à terceira igreja: Pérgamo. A palavra Pérgamo tem dois significados: um é torre alta, lugar elevado, outro é casamento. Isso estava relacionado ao fato de que naquele momento os cristãos obteriam na sociedade uma posição mais elevada e forte com o casamento entre a igreja e a política. Nos dias prefigurados pela igreja em Pérgamo, o inimigo de Deus deixou de usar o império romano para perseguir a igreja, pois a perseguição só ajudara a produzir um aumento no número de cristãos. Satanás mudou sua tática: a igreja que antes era perseguida, passou a ser exaltada.
Na época em que o imperador Constantino supostamente se converteu ao cristianismo, os cidadãos eram incentivados a se converter também, recebendo por isso benefícios materiais e isenção de impostos. Assim, por conveniência, muitos se tornaram cristãos, não por invocar o nome do Senhor, mas para obter benefícios. Isso levou a igreja a uma condição anormal. Com o passar do tempo, o número de cristãos nominais aumentou, e a autoridade eclesiástica passou a ser mais forte que a do império romano. Que o Senhor nos livre desse tipo de engano e nos mantenha sempre no caminho da vida!
 
Ponto-chave: Permanecer no caminho da vida. 
Pergunta: Qual a mudança de tática do inimigo de Deus, uma vez que a perseguição contra a igreja por parte do império romano não surtiu o efeito que ele desejava?
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Semana 2 – Sexta-Feira
 
Leitura bíblica: Mt 4:4; 13:33; Ap 2:18-29
Ler com oração:
Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo (Cl 2:8).Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes (1 Tm 4:16) .
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A PARÁBOLA DO FERMENTO E A IGREJA
EM TIATIRA
 
A quarta igreja de Apocalipse 2-3, a igreja em Tiatira (vs. 18-29), corresponde à parábola da mulher que colocou fermento nas três medidas de farinha: “Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado” (Mt 13:33). A função do fermento é fazer a massa crescer e deixar o pão macio para ser ingerido. Um pão sem fermento, isto é, asmo, é mais difícil de ingerir.
As três medidas de farinha se referem ao Deus Triúno como suprimento de vida, segundo a pura palavra de Deus (cf. Gn 18:6; Lv 5:11). O fermento está relacionado aos ensinamentos e doutrinas errôneos (Mt 16:12; Gl 5:9) ou a pecados (1 Co 5:8). A mulher aqui se refere a Jezabel, e o fermento que levedou toda a massa são seus ensinamentos que induziram os servos de Deus a praticar a prostituição e a comer coisas sacrificadas aos ídolos (Ap 2:20; 1 Rs 16:31; 18:4; 21:25; 2 Rs 9:22).
Quando o fermento entrou, isto é, quando muitas doutrinas pagãs e até demoníacas foram introduzidas na igreja, especialmente na idade média, trouxe anormalidade. Esses ensinamentos fizeram com que a igreja crescesse e se expandisse rapidamente, pois as várias doutrinas e práticas pagãs tornaram a Palavra mais agradável aos povos, que assim não precisavam deixar suas práticas pagãs ao se converterem ao cristianismo. Além disso, foi introduzido o ensinamento sobre adorar Maria, e sutilmente o nome do Senhor Jesus foi deixado de lado, parou de ser invocado.
O pão que nós comemos tem de ser asmo, sem fermento, isto é, a palavra que falamos deve ser pura, sem mistura. Não devemos inserir filosofias, conceitos ou tradições de homens para deixar a Palavra mais agradável aos ouvidos das pessoas. Embora muitas vezes a palavra pura do Senhor seja de difícil assimilação, ainda assim devemos tomá-la no espírito, com oração, pois ela é alimento para nós e por ela devemos viver (cf. Mt 4:4).
 
Ponto-chave: Tomar a pura palavra de Deus no espírito, com oração, sem fermento.
Pergunta: Quais foram os “fermentos” introduzidos na igreja em Tiatia?
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Semana 2 – Sábado
 
Leitura bíblica: Mt 13:44-46; Ap 3:1-13
Ler com oração:
Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa (Ap 3:10-11).
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A PARÁBOLA DO TESOURO E A IGREJA EM SARDES, E A PARÁBOLA DA PÉROLA E A IGREJA EM FILADÉLFIA
 
Veremos hoje sobre a quinta igreja, a igreja em Sardes (Ap 3:1-6), cujo nome significa restauração. Ela prefigura o período da igreja a partir da reforma iniciada por Martinho Lutero, por volta do ano 1500. Com a reforma, a Bíblia, que antes era proibida às pessoas comuns e somente podia ser lida pelo clero em latim, foi traduzida para várias línguas e tornou-se acessível para todos. A invenção da imprensa contribuiu muito para a divulgação da Palavra de Deus.
Esse movimento abriu portas para diferentes interpretações da Bíblia e o surgimento de grupos cristãos baseados nessas interpretações. Assim o Corpo de Cristo se fragmentou em inúmeras “igrejas”. Por isso, para a igreja em Sardes, o Senhor diz: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te” (vs. 1b-3a). “Ter nome de que vive, mas estar morto” indica que não tomaram a Palavra de Deus como vida, mas apenas como doutrina.
A quinta parábola, que é a do tesouro escondido no campo, pode ser associada à igreja em Sardes (Mt 13:44). Embora o homem tenha encontrado o tesouro e pago todo o preço para comprar o campo, o tesouro continuou escondido. Em outras palavras, embora a Bíblia tenha sido aberta e muitas verdades restauradas, deixaram escondido o mais importante e usaram as diferentes interpretações da Palavra para causar divisão no Corpo de Cristo. Que o Senhor nos guarde de apenas estudar e analisar a Bíblia e assim causar divisões; antes, tomemos a Palavra no espírito, com oração, a fim de praticá-la, para que se torne realidade em nosso viver.
A sexta igreja descrita em Apocalipse é a igreja em Filadélfia, cujo nome significa amor fraternal (Ap 3:7-13). Ela simboliza aqueles que nos dias atuais, embora tenham pouca força, guardam a palavra do Senhor e não negam Seu nome, isto é, O invocam e não tomam nenhum outro nome além do nome do Senhor. Como resultado desse viver, estão mais no espírito, e ganham mais da vida de Deus.
Quanto mais a vida de Deus cresce em nós, mais manifestamos a característica principal dessa vida: o amor. O resultado de guardar a Palavra e da prática de invocar o nome do Senhor é o amor fraternal, daí o nome Filadélfia. Essa é a verdadeira restauração!
A parábola em Mateus 13 que se relaciona à igreja em Filadélfia é a da pérola: “O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra” (vs. 45-46). O que negocia é um especialista e sabe o valor da pérola que comprou. Aqui não diz que ele a escondeu, mas comprou-a para exibi-la. Hoje, quando saímos para pregar o evangelho em todos os lugares, utilizando os instrumentos que o Senhor nos deu, como os livros que revelam o evangelho do reino, estamos apresentando essa pérola de grande valor a todas as pessoas! Aleluia!
 
Ponto-chave: Não esconder a revelação que ganhamos, mas apresentá-la a todos.
Pergunta: Qual a diferença entre as parábolas do tesouro escondido e da pérola?
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Semana 2 – Domingo
 
Leitura bíblica: Mt 13:47-50; Ap 3:14-22
Ler com oração:
Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te (Ap 3:18-19).
 
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A PARÁBOLA DA REDE E A IGREJA EM LAODICEIA
 
Infelizmente, depois de Filadélfia, ainda há a igreja em Laodiceia, cuja condição revela os que se consideram ricos e abastados, porém não percebem que são miseráveis, pobres, cegos e nus (Ap 3:17). Esses são os que, por terem muito conhecimento da Palavra de Deus, julgam ter tudo e não precisam de mais nada; esse conhecimento faz deles pessoas orgulhosas e mornas no espírito (vs. 15-16).
A sétima parábola, relacionada a essa igreja, é a da rede em Mateus 13:47-50: “O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. E, quando já está cheia, os pescadores arrastam-na para a praia e, assentados, escolhem os bons para os cestos e os ruins deitam fora. Assim será na consumação do século: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes”. A rede que foi lançada ao mar se enche e é trazida até a praia. Aparentemente há muito conteúdo nela, mas depois se descobre que nem tudo ali é peixe. Uma vez na praia, é preciso fazer a triagem. Os peixes vão para o cesto; os demais itens são deitados fora. Assim é todo aquele que é orgulhoso por seu conhecimento. Engana-se por pensar que tem muito, mas é pobre da presença do Senhor, cego em relação à vontade de Deus e nu em seu viver. Em uma igreja com tanta pompa, como Laodiceia, o Senhor só pode estar do lado de fora. Mesmo assim, o Senhor a chama ao arrependimento (Ap 3:19).
Espiritualmente, as condições das sete igrejas expõem a situação do povo de Deus em diferentes épocas e lugares. Historicamente, o período representado pelas três primeiras igrejas já passou. As quatro últimas igrejas permanecerão até a volta do Senhor: Tiatira prefigura os que introduziram a idolatria e ensinamentos pagãos; Sardes simboliza vários grupos que após a reforma só mantiveram a aparência e não completaram a obra de restauração; Filadélfia tipifica a restauração do viver adequado da igreja, um viver de amor fraternal; e Laodiceia representa os que se consideram ricos, por isso se tornaram orgulhosos e fechados.
Por misericórdia, o Senhor chama vencedores de todas as sete igrejas (2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21). Porém, se formos sábios, estaremos atentos a ouvir o que o Espírito diz às igrejas e buscaremos ter a realidade da igreja em Filadélfia – a única louvada por Deus –, sendo aqueles que invocam o nome do Senhor e desfrutam de Sua palavra (3:8). Se andarmos por esse caminho, não somente seremos poupados da tribulação que há de vir sobre o mundo inteiro, como também conservaremos a coroa, isto é, estaremos prontos para reinar com Cristo por mil anos no reino milenar (3:10-11; 20:6). Aleluia!
 
Ponto-chave: Guardar a palavra e invocar o nome do Senhor. 
Pergunta: Como podemos ser vencedores nesta era?
 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

MENSAGEM 2



Semana 2 – Segunda-Feira
 
Leitura bíblica: Mt 3:1-2; Lc 1:15; Rm 8:6, 10-11; Gl 4:19
Ler com oração: O pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz (Rm 8:6)
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ARREPENDIMENTO PARA CRESCER E AMADURECER
 
O tema desta semana é “João Batista”. Ele foi o precursor do Senhor Jesus, a fim de Lhe preparar o caminho. No registro do livro de Mateus, a primeira menção a João diz que ele apareceu no deserto pregando o arrependimento (Mt 3:1-2). O Evangelho de Lucas, porém, nos fornece mais detalhes. Seu pai, Zacarias, era sacerdote, e sua mãe, Isabel, era parenta de Maria, a mãe de Jesus (Lc 1:36).
Lucas 1:39-40 fala que Maria, mãe de Jesus, foi visitar Isabel, mãe de João Batista. Quando Maria saudou Isabel, João, ainda no ventre de Isabel, estremeceu. Este fato mostra que, como aquele que iria preparar o caminho do Senhor, João seria “cheio do Espírito Santo, desde o ventre materno” (v. 15).
Mais tarde, já adulto, João Batista saiu a pregar, dizendo: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3:2). Que significa arrepender-se? A palavra arrependimento quer dizer mudança de mente, e a mente é a parte principal da alma.
Deus criou o homem com três partes: espírito, alma e corpo (cf. Gn 2:7). Romanos 8 fala da salvação de todas essas três partes. Os versículos 10 e 11 mostram que, quando Cristo habita em nós, nosso espírito é vida, e, por fim, até mesmo nosso corpo mortal ganhará vida por meio desse Espírito. Já o versículo 6 diz: “O pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz”. A palavra “pendor” indica a inclinação da mente. Isso quer dizer que, se colocarmos a mente na carne, isso resultará em morte espiritual. Mas, se inclinarmos a mente para o espírito, teremos vida e paz.
Embora esses versículos de Romanos 8 não mencionem a palavra alma, eles mencionam sua parte principal: a mente. Nessa porção da Palavra, a mente representa a alma. Inclinar nossa mente ao espírito é, portanto, colocar nossa mente debaixo do governo do espírito. Isso significa que arrepender-se é negar a vida da alma, deixar o espírito liderar, abandonando nossos conceitos e tradições para que Deus nos revele coisas novas.
Temos repetido essas palavras insistentemente porque o problema do pecado é mais fácil de ser percebido e resolvido, mas muitos não percebem que a alma do homem tem um grande problema, especialmente o lado bom da vida da alma. O lado mau da alma é facilmente detectado e rejeitado; ninguém o quer. Contudo todos valorizam o lado bom da alma e não querem abrir mão dele.
Antes de recebermos a vida de Deus, nossa alma estava cheia da vida natural herdada de Adão, pela qual vivíamos espontaneamente. Um dia, porém, fomos regenerados, nascendo de Deus (Jo 1:12; 1 Pe 1:3). Além da vida humana que ganhamos de nossos pais, obtivemos a vida de Deus, que entrou em nosso espírito como uma sementinha e agora precisa crescer até a maturidade. Isso é semelhante ao bebê no ventre materno: precisa desenvolver-se e tomar forma. Esse era o encargo de Paulo com os gálatas: ele sofria até que Cristo fosse formado neles (Gl 4:19). Que o Senhor cresça cada dia em nós para que, em Sua volta, estejamos maduros para reinar com Ele na manifestação do Seu reino
 
 Ponto-chave: O Espírito é vida para o espírito, alma e o corpo.
Pergunta: Por que a salvação da alma está relacionada com o arrependimento?
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Semana 2 – Terça-Feira
 
Leitura bíblica: Mt 16:24-25; Gl 4:1-2; Ef 4:11-12
Ler com oração:
 Não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia (2 Co 4:16).
 
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A IGREJA COMO EDIFICAÇÃO ESPIRITUAL
 
Quando cremos no Senhor, nascemos de novo (Jo 1:12; 1 Pe 1:3). Como recém-nascidos em Cristo, precisamos crescer. Gálatas 4:1-2 nos mostra que, enquanto é criança, o herdeiro precisa ser colocado num ambiente adequado para crescer, sob os cuidados de tutores e curadores, para instruírem-no e cuidarem dele. Assim é nossa experiência na vida de Deus. Nós tínhamos apenas a vida natural herdada de Adão, mas, um dia, nascemos de novo e ganhamos a vida divina em nosso espírito. Agora essa vida precisa expandir-se para nossa alma. Todavia como pode a vida de Deus entrar em nossa alma se estamos cheios de nós mesmos? Não há espaço para ela. É preciso esvaziar-nos de nós mesmos para que a vida divina cresça em nós. A vida da igreja é o lugar adequado para isso.
A igreja não é uma organização nem um prédio físico. Alguns talvez entendam a igreja como um lugar físico porque o Senhor em Mateus 16 fala de edificá-la sobre a rocha (v. 18). Assim, no conceito de muitos, a igreja refere-se a uma construção, como um templo ou lugar onde os cristãos se reúnem. De fato, a igreja precisa ser edificada, mas não de uma maneira física.
Efésios 4:11-12 fala do aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério com vistas à edificação do Corpo de Cristo. Essa edificação não é material, e sim espiritual. O Corpo de Cristo é edificado com vida, a vida divina. A vida da igreja é o ambiente onde isso ocorre (v. 16).
Ao referir-se à vida da igreja, ao nosso viver, o próprio Senhor Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24).A expressão “a si mesmo” refere-se ao eu, ao ego caído. Esses termos equivalem à vida da alma (v. 25), ou ao velho homem (Rm 6:6; Ef 4:22; Cl 3:9), o homem natural (1 Co 2:14). Essa é a razão de enfatizarmos tanto a importância de renunciarmos à vida da alma, pois isso permitirá que a vida de Deus cresça em nós. Se a vida de Deus continuar crescendo, seremos semelhantes a Cristo (1 Jo 3:2). Assim, a vida de Deus em nós terá proporção maior do que a vida da alma, e seremos capacitados a entrar na manifestação do reino dos céus.
 
Ponto – chave: Viver a vida da igreja.
Pergunta: Por afirmamos que “edificar a igreja” em Mateus 16 não se refere a uma construção física?
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Semana 2 – Quarta-Feira
 
 Leitura bíblica: 1 Sm 10:1; 16:13; Mt 3:13-17
 Ler com oração:
Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu (Mt 3:15).
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JESUS CUMPRIU TODA A JUSTIÇA
 
O Senhor Jesus é o primeiro ministro do Novo Testamento. Mas, antes de iniciar Seu ministério terreno, Ele se dirigiu para o Jordão a fim de ser batizado por João (v. 13).Após ser batizado, o Senhor foi ungido pelo Espírito, que desceu sobre Ele em forma de pomba. Como já vimos, aquele que é ungido recebe um ministério. No Antigo Testamento, quando alguém era ungido, recebia de Deus uma comissão para executar seu ministério. Por exemplo, o sumo sacerdote era ungido para exercer o ministério sacerdotal. Igualmente os reis precisavam ser ungidos por sacerdotes para serem confirmados em seu trono (cf. 1 Sm 10:1; 16:13).
João Batista, como precursor de Jesus, veio para Lhe preparar o caminho. Em Mateus 3:11 João Batista diz: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. João Batista tentou dissuadir o Senhor de ser batizado, mas Ele respondeu: “Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça” (v. 15). A justiça aqui se refere a fazer o que é correto, justo. Aquilo que Deus nos disser, é o que devemos fazer, pois assim Ele determinou.
Em nosso conceito, toda vez que falamos de justiça, nós a colocamos em oposição ao pecado. Na verdade, não pecar deveria ser uma situação normal. Deus não nos criou para pecar. O pecado entrou depois, por meio do engano de Satanás, quando o homem comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ao comer do fruto dessa árvore, o pecado entrou, e todos pecaram (Rm 5:12).
O Senhor Jesus veio para resolver esse problema que o homem tinha com Deus e abrir caminho para que a vida de Deus pudesse nele entrar e crescer. Por meio de Sua morte na cruz, o Senhor cumpriu a redenção e abriu o caminho para o homem ser salvo e regenerado. O ministério terreno do Senhor Jesus tinha esse objetivo, mas, para iniciá-lo, Ele precisava cumprir toda a justiça. Deus determinou que todos fossem batizados, e o Senhor, como homem, cumpriu a justiça, submetendo-se à vontade do Pai, e foi batizado por João.
 
Ponto – chave: Submeter-se a vontade de Deus.
Pergunta: Por que o Senhor precisava ser batizado para inicia Seu ministério terreno?
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Semana 2 – Quinta-Feira
Leitura bíblica: Jo 3:22-30; 4:1-2
Ler com oração: Convém que ele cresça e que eu diminua (Jo 3:30).
 
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ABRIR CAMINHO PARA A VINDA DO SENHOR
Como precursor do Senhor Jesus, João Batista tinha uma incumbência de Deus: preparar o caminho para o Senhor, pregando o batismo de arrependimento. Seu pai, Zacarias, era sacerdote, portanto João Batista nasceu numa família de sacerdotes e, segundo a tradição, deveria cumprir seu ministério sacerdotal. Todavia ele não seguiu os padrões determinados pela religião judaica.
João não entrou no templo para servir; antes, ele pregava no deserto (Mt 3:1). Os sacerdotes comiam da carne sacrificada no altar e também dos pães preparados pelos levitas, mas a dieta de João Batista era gafanhoto e mel silvestre (v. 4). Os sacerdotes em serviço usavam vestes sacerdotais, mas João Batista vestia pelos de camelo, um animal considerado imundo pelos judeus. João foi comissionado e enviado por Deus para fazer a transição entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a antiga e a nova aliança, entre o ministério do Antigo Testamento e o ministério neotestamentário.
O Senhor Jesus deu o exemplo de negar a Si mesmo quando foi batizado por João, submetendo-se à vontade do Pai. Após Seu batismo, o Espírito de Deus desceu sobre Ele como pomba (v. 16). Isso era como o óleo composto da unção ungindo-O para Seu ministério. A partir de então, o Senhor Jesus começou Sua obra e passou a pregar o evangelho do reino (4:17).
João Batista disse que era o precursor do Senhor Jesus (Jo 3:28), portanto, depois de batizá-Lo, deveria seguir o Senhor e levar todos os seus discípulos também a segui-Lo, ou seja, o Senhor deveria crescer, e João diminuir, como ele mesmo disse (v. 30).
O Senhor Jesus cumpriu toda a justiça de Deus sendo batizado, porém João Batista não a cumpriu, pois, além de não ter seguido o Senhor Jesus, ainda continuou com seu grupo de discípulos. O grande problema do homem é ter em seu poder um grupo de pessoas. Ele se torna o líder do grupo e fica satisfeito com a situação.
Parece que ter um grupo de discípulos mudou o coração de João. O Senhor Jesus já havia começado Seu ministério, enquanto João mantinha seu ministério paralelo (4:1-2). Isso iniciou uma espécie de disputa ou mesmo competição entre os discípulos de João e os do Senhor. Em certa ocasião, os discípulos de João se uniram aos fariseus a fim de questionar o Senhor quanto ao jejum (Mt 9:14). Por fim, Deus levantou uma situação em que João Batista foi preso.
Quando temos numa igreja muitas pessoas sob nosso cuidado, ouvindo-nos e tendo consideração por nós, não é fácil lidar com isso. Devemos tomar muito cuidado para que isso não nos desvie da rota e do chamamento que recebemos do Senhor. Como servos do Senhor hoje, que esperam e apressam a vinda do Senhor, somos os precursores de Sua segunda vinda. Que sejamos fiéis em pregar o arrependimento para o reino e conduzir as pessoas ao Senhor, sem nenhuma ambição de ter uma obra própria separada Dele.
 
Ponto – chave: Diminuir para o Senhor Crescer.
Pergunta: Como lidar com o fator de haver pessoas que nos ouvem, seguem e admiram?
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Semana 2 – Sexta-Feira
Leitura bíblica: Mt 11:2-6; 14:3-12
Ler com oração: Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos (Sl 90:17).
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CRER QUE O SENHOR É O CRISTO
Quando João Batista ficou encarcerado, mandou seus discípulos perguntarem ao Senhor Jesus: “És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?” (Mt 11:3). O Senhor não respondeu nem sim, nem não. Apenas disse: “Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço” (vs. 4-6).
Outras pessoas reconheciam que o Senhor era o Cristo. Quando o Senhor estava próximo ao poço de Sicar, teve fome, e os discípulos foram comprar comida. Ele ficou sozinho junto ao poço e apareceu uma mulher samaritana. Depois de o Senhor lhe falar acerca da água viva, que se torna uma fonte a jorrar do interior para a vida eterna, e também de adorar a Deus em espírito e em realidade, a mulher disse que sabia que o Messias haveria de vir. O Senhor, então, lhe disse: “Eu o sou, eu que falo contigo” (Jo 4:26). A mulher voltou para a cidade e disse às pessoas: “Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?!” (v. 29). Até a mulher samaritana cria que o Senhor era aquele que haveria de vir, porém João Batista enviou seus discípulos para questionar o Senhor a esse respeito.
O homem sempre aponta o erro dos outros, mas raramente consegue ver os seus próprios. João Batista não era diferente. Ele sabia que o Senhor Jesus era o Messias, mas mandou seus discípulos questioná-Lo. O Senhor Jesus não o salvou da prisão, mas disse aos que O questionavam que reportassem a João todas as obras que Ele fazia.
Talvez alguns indaguem: “Por que o Senhor Jesus não o salvou?”. Talvez porque João, que veio para ser Seu precursor, acabou sendo Seu concorrente. Houve uma mudança da parte de João, por isso o Senhor Jesus não usou de milagre para tirá-lo da prisão, assim como fez com Pedro e com Paulo (At 12:5-9; 16:23-27); apenas relatou as obras que Ele mesmo fazia, dando-lhe uma chance de arrependimento.
O desfecho dessa história é que, em sua festa de aniversário, o rei Herodes se agradou da dança que a filha de sua cunhada Herodias fez e, alegre, prometeu dar-lhe o que ela pedisse. A menina, instigada pela mãe, pediu-lhe a cabeça de João Batista. Assim, João foi decapitado no cárcere (Mt 14:10).
A história sobre João Batista deve ser um alerta para nós. Que aprendamos a não fazer nenhuma obra que concorra com a obra do ministério do Senhor!
 
Ponto-chave: Não permitir que as circunstâncias nos impeçam de seguir o Senhor.
Pergunta: De que maneira João Batista poderia ter reconhecer que o Senhor era o Cristo?    
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Semana 2 – Sábado
Leitura bíblica: At 9:20-25; 1 Pe 5:1-4
Ler com oração: Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho (1 Pe 5:2-3).
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EXEMPLOS QUE NOS SERVEM DE ADVERTÊNCIA
 
Ter seguidores pode levar uma pessoa a mudar. Ao ser colocado no cárcere, João Batista esperava que o Senhor Jesus fosse salvá-lo. O Senhor podia fazê-lo, mas, se o tirasse da prisão, talvez João continuasse concorrendo com Sua obra. Por fim, ele acabou morto na prisão.
Assim como João Batista, Paulo também tinha discípulos. Depois de salvo, permaneceu em Damasco, onde pregava o evangelho com intrepidez (At 9:20-22). Por causa disso, os judeus planejaram tirar-lhe a vida. Quando isso lhe chegou ao conhecimento, ele teve de fugir da cidade. Uma vez que as portas estavam vigiadas, seus discípulos o puseram num cesto e o baixaram pela muralha (vs. 23-25). Nesses versículos podemos ver que Paulo tinha seus discípulos. Porém, por amor a Paulo e por ainda querer usá-lo, o Senhor não permitiu que essa situação continuasse; assim, levantou circunstâncias em que ele teve de se afastar de seus discípulos.
Paulo não passou pelo treinamento pessoal do Senhor Jesus em Seu ministério terreno. Como alguém que aprendera a lei e dela era zeloso, não poderia entender as coisas do Novo Testamento, senão por revelação. A palavra da sua pregação provinha das revelações que Deus lhe deu quando o arrebatou ao terceiro céu. Em 2 Coríntios 12:1-4, lemos: “Se é necessário que me glorie, ainda que não convém, passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu [...] e sei que o tal homem [...] foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir”.
Dessa forma, ele pôde entender a economia neotestamentária de Deus, segundo vemos em suas cartas, principalmente no livro de Efésios. E não mais produziu discípulos para si.
Todos os que servem a igreja precisam atentar para isso. Muitas vezes, começam bem na obra do Senhor: humildes e submissos. Mas, quando obtêm um grupo de seguidores, que gostam deles, podem mudar e deixar de ouvir o Senhor. A história de João Batista é uma advertência, um espelho para todos nós.
Na obra do Senhor, não constituamos um grupinho fechado para nós mesmos. Entre nós não deve haver grupos. Somos um grupo só, somos uma só igreja. Também não mantenhamos nenhum grupo especial de seguidores. Somos membros uns dos outros, e todos devemos ter o encargo de cuidar e alimentar uns aos outros com vistas à edificação do Corpo de Cristo.
 
Ponto-chave: Ser salvos dos perigos do sucesso na obra.
Pergunta: De que maneira o Senhor preservou Paulo de ter seu próprio grupo de seguidores?
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Semana 2 -Domingo
Leitura bíblica: Mt 3:17; At 13:25; 2 Co 4:5
Ler com oração: Pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros (Rm 12:3-5).
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NÃO PRODUZIR GRUPOS PARA NÓS MESMOS NA IGREJA
 
Estamos aqui para fazer a obra do Senhor, e tudo o que somos e temos é para Ele. Na obra pode haver pessoas que nos respeitam, mas jamais formemos para nós um grupo especial, particular. A obra é do Senhor, não nossa. Tomemos cuidado! Quando há seguidores, muitos acabam achando que são alguma coisa. Não pensemos de nós mesmos além do que convém.
Aquele que serve o Senhor, que faz a obra do Senhor, deve preocupar-se em pregar o Senhor Jesus apenas, e não a si mesmo (2 Co 4:5). Não importa quão bom alguém seja, sua obra não é para si mesmo. Precisamos sempre cuidar dessa questão. Deus não quer divisões no Corpo de Cristo, não quer que tenhamos nossos discípulos. Deve haver apenas discípulos do Senhor Jesus. Ressaltamos isso com tanta repetição porque se trata de algo crucial.
Não devemos constituir um grupo pessoal de discípulos. Essa é a lição que extraímos das histórias de João Batista e Paulo. Essa é a situação para a qual devemos dar especial atenção na vida da igreja. Do contrário, deixaremos de ser úteis ao Senhor. Deus ainda queria usar Paulo, por isso salvou-o daquela situação. João Batista já havia completado o seu ministério (At 13:25), feito a obra de precursor do Senhor, e sabia que aquele que haveria de vir era o Senhor Jesus. Entretanto, quando Ele veio, João não saiu de cena após batizar Jesus; antes, continuou com sua obra particular. Por fim, o Senhor não o salvou da prisão.
João Batista foi muito útil ao Senhor para introduzi-Lo em Seu ministério. Foi ele quem batizou o Senhor com água, ocasião em que o Espírito de Deus desceu sobre o Senhor Jesus em forma de pomba e O ungiu para o ministério. Contudo, a partir daí, João deveria apenas seguir a Jesus.
Só Jesus é o Senhor. Essa é a revelação que recebemos da Bíblia. Só Ele tinha o ministério do Novo Testamento. O Espírito de Deus desceu sobre Ele e O ungiu, e o Pai confirmou, dizendo: “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3:17). Aleluia! Deus Lhe deu uma incumbência, e Ele foi fiel em cumpri-la. Nas semanas seguintes vamos falar ainda muito sobre o ministério neotestamentário e ver qual o ministério que seguimos e praticamos. Somente um ministério permanecerá até a volta do Senhor: o ministério do Senhor Jesus.
 
Ponto-chave: Ministros do ministério do Senhor Jesus.
Pergunta: Qual é o perigo de alcançar certo sucesso na obra do Senhor?