quarta-feira, 31 de outubro de 2012

MENSAGEM 2



Semana 2 – Segunda-Feira
 
Leitura bíblica: Mt 3:1-2; Lc 1:15; Rm 8:6, 10-11; Gl 4:19
Ler com oração: O pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz (Rm 8:6)
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ARREPENDIMENTO PARA CRESCER E AMADURECER
 
O tema desta semana é “João Batista”. Ele foi o precursor do Senhor Jesus, a fim de Lhe preparar o caminho. No registro do livro de Mateus, a primeira menção a João diz que ele apareceu no deserto pregando o arrependimento (Mt 3:1-2). O Evangelho de Lucas, porém, nos fornece mais detalhes. Seu pai, Zacarias, era sacerdote, e sua mãe, Isabel, era parenta de Maria, a mãe de Jesus (Lc 1:36).
Lucas 1:39-40 fala que Maria, mãe de Jesus, foi visitar Isabel, mãe de João Batista. Quando Maria saudou Isabel, João, ainda no ventre de Isabel, estremeceu. Este fato mostra que, como aquele que iria preparar o caminho do Senhor, João seria “cheio do Espírito Santo, desde o ventre materno” (v. 15).
Mais tarde, já adulto, João Batista saiu a pregar, dizendo: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3:2). Que significa arrepender-se? A palavra arrependimento quer dizer mudança de mente, e a mente é a parte principal da alma.
Deus criou o homem com três partes: espírito, alma e corpo (cf. Gn 2:7). Romanos 8 fala da salvação de todas essas três partes. Os versículos 10 e 11 mostram que, quando Cristo habita em nós, nosso espírito é vida, e, por fim, até mesmo nosso corpo mortal ganhará vida por meio desse Espírito. Já o versículo 6 diz: “O pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz”. A palavra “pendor” indica a inclinação da mente. Isso quer dizer que, se colocarmos a mente na carne, isso resultará em morte espiritual. Mas, se inclinarmos a mente para o espírito, teremos vida e paz.
Embora esses versículos de Romanos 8 não mencionem a palavra alma, eles mencionam sua parte principal: a mente. Nessa porção da Palavra, a mente representa a alma. Inclinar nossa mente ao espírito é, portanto, colocar nossa mente debaixo do governo do espírito. Isso significa que arrepender-se é negar a vida da alma, deixar o espírito liderar, abandonando nossos conceitos e tradições para que Deus nos revele coisas novas.
Temos repetido essas palavras insistentemente porque o problema do pecado é mais fácil de ser percebido e resolvido, mas muitos não percebem que a alma do homem tem um grande problema, especialmente o lado bom da vida da alma. O lado mau da alma é facilmente detectado e rejeitado; ninguém o quer. Contudo todos valorizam o lado bom da alma e não querem abrir mão dele.
Antes de recebermos a vida de Deus, nossa alma estava cheia da vida natural herdada de Adão, pela qual vivíamos espontaneamente. Um dia, porém, fomos regenerados, nascendo de Deus (Jo 1:12; 1 Pe 1:3). Além da vida humana que ganhamos de nossos pais, obtivemos a vida de Deus, que entrou em nosso espírito como uma sementinha e agora precisa crescer até a maturidade. Isso é semelhante ao bebê no ventre materno: precisa desenvolver-se e tomar forma. Esse era o encargo de Paulo com os gálatas: ele sofria até que Cristo fosse formado neles (Gl 4:19). Que o Senhor cresça cada dia em nós para que, em Sua volta, estejamos maduros para reinar com Ele na manifestação do Seu reino
 
 Ponto-chave: O Espírito é vida para o espírito, alma e o corpo.
Pergunta: Por que a salvação da alma está relacionada com o arrependimento?
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Semana 2 – Terça-Feira
 
Leitura bíblica: Mt 16:24-25; Gl 4:1-2; Ef 4:11-12
Ler com oração:
 Não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia (2 Co 4:16).
 
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A IGREJA COMO EDIFICAÇÃO ESPIRITUAL
 
Quando cremos no Senhor, nascemos de novo (Jo 1:12; 1 Pe 1:3). Como recém-nascidos em Cristo, precisamos crescer. Gálatas 4:1-2 nos mostra que, enquanto é criança, o herdeiro precisa ser colocado num ambiente adequado para crescer, sob os cuidados de tutores e curadores, para instruírem-no e cuidarem dele. Assim é nossa experiência na vida de Deus. Nós tínhamos apenas a vida natural herdada de Adão, mas, um dia, nascemos de novo e ganhamos a vida divina em nosso espírito. Agora essa vida precisa expandir-se para nossa alma. Todavia como pode a vida de Deus entrar em nossa alma se estamos cheios de nós mesmos? Não há espaço para ela. É preciso esvaziar-nos de nós mesmos para que a vida divina cresça em nós. A vida da igreja é o lugar adequado para isso.
A igreja não é uma organização nem um prédio físico. Alguns talvez entendam a igreja como um lugar físico porque o Senhor em Mateus 16 fala de edificá-la sobre a rocha (v. 18). Assim, no conceito de muitos, a igreja refere-se a uma construção, como um templo ou lugar onde os cristãos se reúnem. De fato, a igreja precisa ser edificada, mas não de uma maneira física.
Efésios 4:11-12 fala do aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério com vistas à edificação do Corpo de Cristo. Essa edificação não é material, e sim espiritual. O Corpo de Cristo é edificado com vida, a vida divina. A vida da igreja é o ambiente onde isso ocorre (v. 16).
Ao referir-se à vida da igreja, ao nosso viver, o próprio Senhor Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24).A expressão “a si mesmo” refere-se ao eu, ao ego caído. Esses termos equivalem à vida da alma (v. 25), ou ao velho homem (Rm 6:6; Ef 4:22; Cl 3:9), o homem natural (1 Co 2:14). Essa é a razão de enfatizarmos tanto a importância de renunciarmos à vida da alma, pois isso permitirá que a vida de Deus cresça em nós. Se a vida de Deus continuar crescendo, seremos semelhantes a Cristo (1 Jo 3:2). Assim, a vida de Deus em nós terá proporção maior do que a vida da alma, e seremos capacitados a entrar na manifestação do reino dos céus.
 
Ponto – chave: Viver a vida da igreja.
Pergunta: Por afirmamos que “edificar a igreja” em Mateus 16 não se refere a uma construção física?
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Semana 2 – Quarta-Feira
 
 Leitura bíblica: 1 Sm 10:1; 16:13; Mt 3:13-17
 Ler com oração:
Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu (Mt 3:15).
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JESUS CUMPRIU TODA A JUSTIÇA
 
O Senhor Jesus é o primeiro ministro do Novo Testamento. Mas, antes de iniciar Seu ministério terreno, Ele se dirigiu para o Jordão a fim de ser batizado por João (v. 13).Após ser batizado, o Senhor foi ungido pelo Espírito, que desceu sobre Ele em forma de pomba. Como já vimos, aquele que é ungido recebe um ministério. No Antigo Testamento, quando alguém era ungido, recebia de Deus uma comissão para executar seu ministério. Por exemplo, o sumo sacerdote era ungido para exercer o ministério sacerdotal. Igualmente os reis precisavam ser ungidos por sacerdotes para serem confirmados em seu trono (cf. 1 Sm 10:1; 16:13).
João Batista, como precursor de Jesus, veio para Lhe preparar o caminho. Em Mateus 3:11 João Batista diz: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. João Batista tentou dissuadir o Senhor de ser batizado, mas Ele respondeu: “Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça” (v. 15). A justiça aqui se refere a fazer o que é correto, justo. Aquilo que Deus nos disser, é o que devemos fazer, pois assim Ele determinou.
Em nosso conceito, toda vez que falamos de justiça, nós a colocamos em oposição ao pecado. Na verdade, não pecar deveria ser uma situação normal. Deus não nos criou para pecar. O pecado entrou depois, por meio do engano de Satanás, quando o homem comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ao comer do fruto dessa árvore, o pecado entrou, e todos pecaram (Rm 5:12).
O Senhor Jesus veio para resolver esse problema que o homem tinha com Deus e abrir caminho para que a vida de Deus pudesse nele entrar e crescer. Por meio de Sua morte na cruz, o Senhor cumpriu a redenção e abriu o caminho para o homem ser salvo e regenerado. O ministério terreno do Senhor Jesus tinha esse objetivo, mas, para iniciá-lo, Ele precisava cumprir toda a justiça. Deus determinou que todos fossem batizados, e o Senhor, como homem, cumpriu a justiça, submetendo-se à vontade do Pai, e foi batizado por João.
 
Ponto – chave: Submeter-se a vontade de Deus.
Pergunta: Por que o Senhor precisava ser batizado para inicia Seu ministério terreno?
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Semana 2 – Quinta-Feira
Leitura bíblica: Jo 3:22-30; 4:1-2
Ler com oração: Convém que ele cresça e que eu diminua (Jo 3:30).
 
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ABRIR CAMINHO PARA A VINDA DO SENHOR
Como precursor do Senhor Jesus, João Batista tinha uma incumbência de Deus: preparar o caminho para o Senhor, pregando o batismo de arrependimento. Seu pai, Zacarias, era sacerdote, portanto João Batista nasceu numa família de sacerdotes e, segundo a tradição, deveria cumprir seu ministério sacerdotal. Todavia ele não seguiu os padrões determinados pela religião judaica.
João não entrou no templo para servir; antes, ele pregava no deserto (Mt 3:1). Os sacerdotes comiam da carne sacrificada no altar e também dos pães preparados pelos levitas, mas a dieta de João Batista era gafanhoto e mel silvestre (v. 4). Os sacerdotes em serviço usavam vestes sacerdotais, mas João Batista vestia pelos de camelo, um animal considerado imundo pelos judeus. João foi comissionado e enviado por Deus para fazer a transição entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a antiga e a nova aliança, entre o ministério do Antigo Testamento e o ministério neotestamentário.
O Senhor Jesus deu o exemplo de negar a Si mesmo quando foi batizado por João, submetendo-se à vontade do Pai. Após Seu batismo, o Espírito de Deus desceu sobre Ele como pomba (v. 16). Isso era como o óleo composto da unção ungindo-O para Seu ministério. A partir de então, o Senhor Jesus começou Sua obra e passou a pregar o evangelho do reino (4:17).
João Batista disse que era o precursor do Senhor Jesus (Jo 3:28), portanto, depois de batizá-Lo, deveria seguir o Senhor e levar todos os seus discípulos também a segui-Lo, ou seja, o Senhor deveria crescer, e João diminuir, como ele mesmo disse (v. 30).
O Senhor Jesus cumpriu toda a justiça de Deus sendo batizado, porém João Batista não a cumpriu, pois, além de não ter seguido o Senhor Jesus, ainda continuou com seu grupo de discípulos. O grande problema do homem é ter em seu poder um grupo de pessoas. Ele se torna o líder do grupo e fica satisfeito com a situação.
Parece que ter um grupo de discípulos mudou o coração de João. O Senhor Jesus já havia começado Seu ministério, enquanto João mantinha seu ministério paralelo (4:1-2). Isso iniciou uma espécie de disputa ou mesmo competição entre os discípulos de João e os do Senhor. Em certa ocasião, os discípulos de João se uniram aos fariseus a fim de questionar o Senhor quanto ao jejum (Mt 9:14). Por fim, Deus levantou uma situação em que João Batista foi preso.
Quando temos numa igreja muitas pessoas sob nosso cuidado, ouvindo-nos e tendo consideração por nós, não é fácil lidar com isso. Devemos tomar muito cuidado para que isso não nos desvie da rota e do chamamento que recebemos do Senhor. Como servos do Senhor hoje, que esperam e apressam a vinda do Senhor, somos os precursores de Sua segunda vinda. Que sejamos fiéis em pregar o arrependimento para o reino e conduzir as pessoas ao Senhor, sem nenhuma ambição de ter uma obra própria separada Dele.
 
Ponto – chave: Diminuir para o Senhor Crescer.
Pergunta: Como lidar com o fator de haver pessoas que nos ouvem, seguem e admiram?
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Semana 2 – Sexta-Feira
Leitura bíblica: Mt 11:2-6; 14:3-12
Ler com oração: Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos (Sl 90:17).
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CRER QUE O SENHOR É O CRISTO
Quando João Batista ficou encarcerado, mandou seus discípulos perguntarem ao Senhor Jesus: “És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro?” (Mt 11:3). O Senhor não respondeu nem sim, nem não. Apenas disse: “Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço” (vs. 4-6).
Outras pessoas reconheciam que o Senhor era o Cristo. Quando o Senhor estava próximo ao poço de Sicar, teve fome, e os discípulos foram comprar comida. Ele ficou sozinho junto ao poço e apareceu uma mulher samaritana. Depois de o Senhor lhe falar acerca da água viva, que se torna uma fonte a jorrar do interior para a vida eterna, e também de adorar a Deus em espírito e em realidade, a mulher disse que sabia que o Messias haveria de vir. O Senhor, então, lhe disse: “Eu o sou, eu que falo contigo” (Jo 4:26). A mulher voltou para a cidade e disse às pessoas: “Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?!” (v. 29). Até a mulher samaritana cria que o Senhor era aquele que haveria de vir, porém João Batista enviou seus discípulos para questionar o Senhor a esse respeito.
O homem sempre aponta o erro dos outros, mas raramente consegue ver os seus próprios. João Batista não era diferente. Ele sabia que o Senhor Jesus era o Messias, mas mandou seus discípulos questioná-Lo. O Senhor Jesus não o salvou da prisão, mas disse aos que O questionavam que reportassem a João todas as obras que Ele fazia.
Talvez alguns indaguem: “Por que o Senhor Jesus não o salvou?”. Talvez porque João, que veio para ser Seu precursor, acabou sendo Seu concorrente. Houve uma mudança da parte de João, por isso o Senhor Jesus não usou de milagre para tirá-lo da prisão, assim como fez com Pedro e com Paulo (At 12:5-9; 16:23-27); apenas relatou as obras que Ele mesmo fazia, dando-lhe uma chance de arrependimento.
O desfecho dessa história é que, em sua festa de aniversário, o rei Herodes se agradou da dança que a filha de sua cunhada Herodias fez e, alegre, prometeu dar-lhe o que ela pedisse. A menina, instigada pela mãe, pediu-lhe a cabeça de João Batista. Assim, João foi decapitado no cárcere (Mt 14:10).
A história sobre João Batista deve ser um alerta para nós. Que aprendamos a não fazer nenhuma obra que concorra com a obra do ministério do Senhor!
 
Ponto-chave: Não permitir que as circunstâncias nos impeçam de seguir o Senhor.
Pergunta: De que maneira João Batista poderia ter reconhecer que o Senhor era o Cristo?    
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Semana 2 – Sábado
Leitura bíblica: At 9:20-25; 1 Pe 5:1-4
Ler com oração: Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho (1 Pe 5:2-3).
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EXEMPLOS QUE NOS SERVEM DE ADVERTÊNCIA
 
Ter seguidores pode levar uma pessoa a mudar. Ao ser colocado no cárcere, João Batista esperava que o Senhor Jesus fosse salvá-lo. O Senhor podia fazê-lo, mas, se o tirasse da prisão, talvez João continuasse concorrendo com Sua obra. Por fim, ele acabou morto na prisão.
Assim como João Batista, Paulo também tinha discípulos. Depois de salvo, permaneceu em Damasco, onde pregava o evangelho com intrepidez (At 9:20-22). Por causa disso, os judeus planejaram tirar-lhe a vida. Quando isso lhe chegou ao conhecimento, ele teve de fugir da cidade. Uma vez que as portas estavam vigiadas, seus discípulos o puseram num cesto e o baixaram pela muralha (vs. 23-25). Nesses versículos podemos ver que Paulo tinha seus discípulos. Porém, por amor a Paulo e por ainda querer usá-lo, o Senhor não permitiu que essa situação continuasse; assim, levantou circunstâncias em que ele teve de se afastar de seus discípulos.
Paulo não passou pelo treinamento pessoal do Senhor Jesus em Seu ministério terreno. Como alguém que aprendera a lei e dela era zeloso, não poderia entender as coisas do Novo Testamento, senão por revelação. A palavra da sua pregação provinha das revelações que Deus lhe deu quando o arrebatou ao terceiro céu. Em 2 Coríntios 12:1-4, lemos: “Se é necessário que me glorie, ainda que não convém, passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu [...] e sei que o tal homem [...] foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir”.
Dessa forma, ele pôde entender a economia neotestamentária de Deus, segundo vemos em suas cartas, principalmente no livro de Efésios. E não mais produziu discípulos para si.
Todos os que servem a igreja precisam atentar para isso. Muitas vezes, começam bem na obra do Senhor: humildes e submissos. Mas, quando obtêm um grupo de seguidores, que gostam deles, podem mudar e deixar de ouvir o Senhor. A história de João Batista é uma advertência, um espelho para todos nós.
Na obra do Senhor, não constituamos um grupinho fechado para nós mesmos. Entre nós não deve haver grupos. Somos um grupo só, somos uma só igreja. Também não mantenhamos nenhum grupo especial de seguidores. Somos membros uns dos outros, e todos devemos ter o encargo de cuidar e alimentar uns aos outros com vistas à edificação do Corpo de Cristo.
 
Ponto-chave: Ser salvos dos perigos do sucesso na obra.
Pergunta: De que maneira o Senhor preservou Paulo de ter seu próprio grupo de seguidores?
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Semana 2 -Domingo
Leitura bíblica: Mt 3:17; At 13:25; 2 Co 4:5
Ler com oração: Pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros (Rm 12:3-5).
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NÃO PRODUZIR GRUPOS PARA NÓS MESMOS NA IGREJA
 
Estamos aqui para fazer a obra do Senhor, e tudo o que somos e temos é para Ele. Na obra pode haver pessoas que nos respeitam, mas jamais formemos para nós um grupo especial, particular. A obra é do Senhor, não nossa. Tomemos cuidado! Quando há seguidores, muitos acabam achando que são alguma coisa. Não pensemos de nós mesmos além do que convém.
Aquele que serve o Senhor, que faz a obra do Senhor, deve preocupar-se em pregar o Senhor Jesus apenas, e não a si mesmo (2 Co 4:5). Não importa quão bom alguém seja, sua obra não é para si mesmo. Precisamos sempre cuidar dessa questão. Deus não quer divisões no Corpo de Cristo, não quer que tenhamos nossos discípulos. Deve haver apenas discípulos do Senhor Jesus. Ressaltamos isso com tanta repetição porque se trata de algo crucial.
Não devemos constituir um grupo pessoal de discípulos. Essa é a lição que extraímos das histórias de João Batista e Paulo. Essa é a situação para a qual devemos dar especial atenção na vida da igreja. Do contrário, deixaremos de ser úteis ao Senhor. Deus ainda queria usar Paulo, por isso salvou-o daquela situação. João Batista já havia completado o seu ministério (At 13:25), feito a obra de precursor do Senhor, e sabia que aquele que haveria de vir era o Senhor Jesus. Entretanto, quando Ele veio, João não saiu de cena após batizar Jesus; antes, continuou com sua obra particular. Por fim, o Senhor não o salvou da prisão.
João Batista foi muito útil ao Senhor para introduzi-Lo em Seu ministério. Foi ele quem batizou o Senhor com água, ocasião em que o Espírito de Deus desceu sobre o Senhor Jesus em forma de pomba e O ungiu para o ministério. Contudo, a partir daí, João deveria apenas seguir a Jesus.
Só Jesus é o Senhor. Essa é a revelação que recebemos da Bíblia. Só Ele tinha o ministério do Novo Testamento. O Espírito de Deus desceu sobre Ele e O ungiu, e o Pai confirmou, dizendo: “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3:17). Aleluia! Deus Lhe deu uma incumbência, e Ele foi fiel em cumpri-la. Nas semanas seguintes vamos falar ainda muito sobre o ministério neotestamentário e ver qual o ministério que seguimos e praticamos. Somente um ministério permanecerá até a volta do Senhor: o ministério do Senhor Jesus.
 
Ponto-chave: Ministros do ministério do Senhor Jesus.
Pergunta: Qual é o perigo de alcançar certo sucesso na obra do Senhor?
 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

MENSAGEM 01

Semana 1 – Segunda-Feira Leitura bíblica: Gn 1:26-28; 2:7; 3:6-7; Is 14:12-15; Ez 28:12-17; Jo 16:11; Rm 5:12; Ef 5:12; Ap 12:4a Ler com oração: Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio (Gn 1:26a).  

 O PROPÓSITO DE DEUS EM CRIAR O HOMEM

 Louvado seja o Senhor, 
pois iniciamos com este volume mais uma série do Alimento Diário, intitulada “O ministério que seguimos e praticamos”. O tema desta semana é “O ministério neotestamentário”. O que praticamos, segundo a direção do Senhor, é viver no espírito invocando Seu nome. Por essa causa, Ele nos tem dado muitas revelações, como as palavras de Hebreus 2:5-8, que dizem que não foi a anjos que Deus sujeitou o mundo vindouro, mas a homens. Deus criou o homem do pó da terra, à Sua imagem e semelhança, para que este sujeitasse a terra e dominasse sobre os peixes, as aves e todo animal que rasteja pela terra. O Senhor soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente (Gn 1:26-28; 2:7). A alma vivente é a personalidade, a pessoa do homem. Contudo, a fim de impedir o cumprimento do propósito de Deus, Satanás se adiantou e, antes que a vida divina entrasse no homem por meio da árvore da vida, enganou Eva e a induziu a comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 3:1-7; 2 Co 11:3). Enganados, Adão e Eva pecaram, e por meio deles o pecado passou a todos os homens. Visto que a natureza pecaminosa está no homem, este peca de maneira espontânea (Rm 5:12). Como poderia esse homem caído e falho governar o mundo que há de vir? Exatamente por estar numa condição pecaminosa, o ser humano necessita da redenção. O Senhor resolveu o problema de nossos pecados ao ser crucificado e derramar Seu sangue precioso. Uma vez resolvido o problema do pecado, todo aquele que crê no Senhor Jesus está apto para receber a vida divina.O novo nascimento é o primeiro requisito para quem deseja reinar no mundo vindouro (cf. Jo 1:12-13; 3:3, 5). Em segundo lugar, o homem precisa amadurecer e ser aperfeiçoado na obra do ministério, isto é, precisa ter experiências de servir ao Senhor. Tudo isso visa prepará-lo para o reino de Deus. O mundo vindouro não foi designado a anjos, e sim a homens. Contudo o mundo de outrora foi entregue para o governo de um arcanjo, chamado de estrela da manhã, ou Lúcifer (Is 14:12; Ez 28:12-17). Apesar de Lúcifer ter sido criado por Deus de maneira perfeita, em seu interior surgiu orgulho e ambição, de modo que ele quis exaltar a si mesmo (Is 14:13-14). Embora já tivesse posição elevada como o principal dos arcanjos, ele não estava satisfeito; queria subir mais a ponto de ser semelhante ao Altíssimo. Deus não o podia tolerar, por isso ele foi lançado para a terra, juntamente com um terço dos anjos, que o seguiram (Ap 12:4a). Esses são os que Efésios 6:12 chama de “principados e potestades, [...] dominadores deste mundo tenebroso, [...] forças espirituais do mal, nas regiões celestes”. São eles os que hoje dominam as nações. Além dos anjos, as criaturas que havia na terra na era pré-adâmica também o seguiram em sua rebelião. Deus os julgou com água, e eles se tornaram espíritos imundos, ou demônios. Na terra há cerca de duzentas nações, e podemos afirmar que todas estão debaixo do controle do príncipe deste mundo (Jo 16:11). Por isso há desavenças, conflitos e guerras entre os povos. Isso é resultado do domínio desses principados e potestades, sob o comando do príncipe deste mundo, Satanás, o diabo, o adversário de Deus, que usurpou Sua autoridade. O propósito de Deus é retomar o domínio da terra usurpado por Seu inimigo, e Ele o fará por meio do homem regenerado mediante a vida divina. Para isso, Ele nos providenciou uma salvação completa e um lugar maravilhoso em que podemos crescer e amadurecer em Sua vida, o viver da igreja. Uma vez maduros e transformados, poderemos não apenas expressar Deus em plenitude como também exercer o domínio por Ele, isto é, trazer o Seu reino para a terra (Mt 6:10). Louvado seja o Senhor. Ponto-chave: Reinar pela vida divina. Pergunta: Como o homem criado do pó da terra pode reinar no mundo que há de vir? 

 Semana 1 – Terça-Feira Leitura bíblica: Sl 8:3-9; Hb 2:5-8 Ler com oração: Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo (Rm 5:17).  

 VIDA E OBRA PARA GOVERNAR O MUNDO QUE HÁ DE VIR 

Deus não quer o
 mundo vindouro debaixo do controle do príncipe deste mundo, por isso determinou que ele não será governado por anjos, mas pelo homem regenerado e totalmente transformado (Hb 2:5-8). Louvado seja o Senhor! Deus tem muito que fazer em nós. Uma vez que nascemos de novo e fomos regenerados, Sua vida precisa crescer em nosso interior. Para que isso ocorra, Ele precisa eliminar nossa vida da alma, isto é, nosso eu, nosso ser natural caído e rebelde. Somente por meio da vida divina poderemos governar o mundo que há de vir, e não por meio da nossa natureza orgulhosa e independente (Rm 5:17b). Além disso, para sermos equipados para governar o mundo que há de vir, o Senhor permitirá que, muitas vezes, passemos por várias provações que irão cooperar para nosso amadurecimento. A fim de nos preparar, o Senhor nos colocou num lugar especial: a vida da igreja. A igreja não é um prédio ou uma organização. A igreja é essencialmente um viver. Deus colocou o homem regenerado na vida da igreja para que este aprenda a negar a si mesmo, perder a vida da alma e abrir mão do ego, de modo que a vida divina cresça. Deus deseja que Seus filhos se tornem maduros e com Cristo sejam coerdeiros, governando com Ele o mundo que há de vir (Rm 8:17). Todavia não é fácil conseguir isso. Deus precisa equipar tais homens regenerados, tanto no aspecto da vida, como no aspecto da obra. No aspecto da vida, vejamos um exemplo humano que pode ajudar-nos a entender a questão: o filho de um empresário precisa crescer e amadurecer para assumir os negócios do pai. Reinar no mundo que há de vir não é diferente. O reino é o “negócio” de nosso Pai celeste (Lc 2:48; 12:32 VRC). Em sua manifestação no mundo vindouro, o reino será governado por homens maduros na vida divina, que aprenderam a negar a vida da alma. No aspecto da vida, isto é, com respeito ao que somos, o crescimento de vida é primordial em nossa preparação para governar o mundo vindouro. No aspecto da obra, isto é, de nosso serviço ao Senhor, também precisamos ser aperfeiçoados. Vejamos também um exemplo: para o filho do rei ser um bom governante, ele precisa de boa educação em todos os aspectos do governo e também precisa ter experiências nas várias situações que enfrentará. Governar o mundo que há de vir é a mesma coisa. Precisamos ser aperfeiçoados para a obra do ministério, a qual não é somente para hoje, mas principalmente para o reino vindouro. Louvado seja o Senhor! Ponto-chave: O Reino o “negocio” de nosso Pai. Pergunta: Para Reinar no mundo que há de vir, que deve ocorrer conosco no aspecto da vida e no aspecto da obra? 

 Quarta-feira Leitura bíblica: Sl 8:3-9; Hb 2:5-8 Ler com oração: Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo (Rm 5:17). 

 O LIVRO ABERTO PELO LEÃO DE JUDÁ

O ministério é a incumbência, a comissão de Deus dada a alguém ou a um grupo de pessoas para a execução de Sua obra. No Antigo Testamento, Deus confiou o ministério a algumas pessoas. Vemos, por exemplo, o ministério dos filhos de Levi, os sacerdotes. Podemos chamá-lo de ministério sacerdotal. Para ser sumo sacerdote, um homem precisava ser ungido, como aconteceu com Arão, que foi ungido por Moisés. Ser ungido significava receber uma comissão. Desse modo, podemos dizer que o sumo sacerdócio é um ministério. Apesar de o Antigo Testamento não usar o termo “ministério”, todos os filhos de Arão que foram ungidos fizeram parte do ministério do Antigo Testamento. O ministério do Novo Testamento teve início com o Senhor Jesus. Ele fez conosco uma nova aliança por meio de Seu sangue (Mt 26:29). Em Apocalipse 5 o início do ministério do Novo Testamento é representado pela abertura de um livro escrito por dentro e por fora, o qual continha sete selos (v. 1). Quando ouviu a pergunta: “Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?” (v. 2), João entristeceu-se e chorou muito, pois viu que ninguém podia abrir o livro (vs. 3-4). Então um dos anciãos lhe disse: “Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos” (v. 5). Quando João se voltou para ver o Leão, o que viu foi um Cordeiro (v. 6a). Ambos simbolizam o Senhor Jesus. O Senhor Jesus, por um lado, é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1:29); por outro, é o Leão da tribo de Judá, o que se refere à Sua realeza. Por um lado, é a Raiz de Davi, ou seja, Ele é a origem de Davi; por outro, é descendente de Davi (Mt 1:1). Visto que Davi era um ser humano, nele havia o pecado, isto é, a natureza pecaminosa, a fonte de todos os pecados. Como descendente de Davi, o Senhor também era um homem, porém sem pecado (Rm 8:3; Hb 4:15b). Para vir nos salvar e nos substituir na cruz como homem, o Senhor precisou ganhar um corpo humano. O Senhor foi crucificado com esse corpo herdado de Maria, e, com Ele, nosso velho homem foi crucificado (Rm 6:6), e Seu sangue purificou-nos de todos os nossos pecados (cf. Hb 1:3; 9:13-14). Aleluia! Além de ser o Cordeiro sem mácula cujo sangue nos redimiu (1 Pe 1:19), Cristo também é mostrado como Aquele que se assentou à destra da majestade de Deus nas alturas e está qualificado para governar. Esse é o aspecto de Leão da tribo de Judá, a tribo da realeza. Como crentes em Cristo, estamos hoje no processo de transformação para nos tornarmos reis. Para ser um rei, é necessário, primeiro, ser trabalhado, transformado. Antes de ser um rei, ilustrado pelo leão, uma pessoa salva ainda tem muitos problemas ligados à vida da alma, ao seu ser natural, que é semelhante à natureza de um jumento em Gênesis 49:9-11. Um jumento tem a natureza extremamente forte, que precisa ser tratada para que a realeza, isto é, a vida de leão, um dia se manifeste. Um dia nossa natureza caída de “jumento” será substituída pela natureza de “leão” para reinarmos juntamente com Cristo (Ap 20:4b). Este é o resultado do Seu ministério. Ponto – chave: Estamos hoje no processo de transformação para nos tornarmos reis. Pergunta: Como podemos nos tornar reis com Cristo uma vez uma vez que nossa natureza humana é forte como a de um jumento?         

 O MINISTÉRIO NEOTESTAMENTÁRIO E O ARREPENDIMENTO

 Embora o Senhor seja o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e seus sete selos em Apocalipse 5, Ele é também um homem, que nasceu de Maria e, segundo a carne, é descendente de Davi(Mt 1:1; Rm 1:3). O Senhor precisou nascer de Maria a fim de se tornar um homem, ter a experiência do viver humano e ser tentado em todas as coisas à nossa semelhança, mas sem pecado, a fim de se tornar o sumo sacerdote que pode compadecer-se de nossas fraquezas (Hb 4:15). Jesus nasceu em Belém, numa estrebaria, e foi posto numa manjedoura (Lc 2:6-7). Mais tarde, quando o rei Herodes O queria matar, José foi advertido por Deus em sonho a fugir para o Egito, onde ficou até a morte de Herodes (Mt 2:13-15). Ao regressar do Egito, eles foram morar em Nazaré, uma cidade desprezada na Galileia (vs. 22-23). O Senhor passou por vários tipos de sofrimento em Seu viver humano. Ele conhece a natureza humana e sabe o que é ser um homem. Desse modo, hoje pode compadecer-se e ter misericórdia de nós. Ele sabe que muitas vezes pecamos, não porque queiramos, mas porque nossa natureza é caída. Ele é longânimo e espera por nosso arrependimento. Ao nos arrependermos, ganhamos um pouco mais da vida divina. Antes de o Senhor iniciar Seu ministério terreno, houve uma obra de preparação. Precisamos lembrar-nos, como vimos na leitura de ontem, que o ministério está ligado à unção, à comissão. No Antigo Testamento, a unção era o derramamento do unguento sobre a pessoa que seria comissionada. No Novo Testamento, a unção é o derramamento do Espírito sobre alguém a quem é dado um ministério, uma incumbência. Vemos a unção do Senhor Jesus para iniciar Seu ministério no fato de o Espírito, em forma de pomba, descer sobre Ele após ter sido batizado por João Batista. Este foi o precursor que preparou o caminho do Senhor. Ele apareceu no deserto pregando o arrependimento e batizava as pessoas na água (Mt 3:1-2, 5-6). Esse batismo para arrependimento visava tratar com a vida da alma, terminando com o passado. Era uma preparação para Aquele que viria batizar com Espírito Santo e com fogo. Ser o precursor do Senhor Jesus foi a parte que coube a João Batista no ministério neotestamentário. Essa era sua comissão e ministério. Como filho de sacerdote, João poderia continuar a obra do sacerdócio do Antigo Testamento, o ministério sacerdotal. Ele, porém, não fez isso; antes, foi escolhido por Deus para preparar o caminho do Senhor, caminho esse que introduziria o ministério do Novo Testamento. Em seu ministério precursor, João Batista pregava o arrependimento para a vinda do reino dos céus (Mt 3:1-2). Naquela época os judeus aguardavam a vinda de um reino terreno, que os libertasse da tirania do governo romano. João, porém, não se referia ao reino terreno, e sim ao reino dos céus. Podemos aplicar isso a nós e aos irmãos a quem contatamos e de quem cuidamos, falando-lhes: “Deus deseja entregar o mundo que há de vir para ser governado por vocês. Vocês estão preparados? Vocês podem governar o mundo vindouro? Se hoje vivemos dominados por nossa vida natural, não poderemos governar no futuro”. Por isso, hoje, assim como João Batista, devemos fazer a obra de preparação para vinda da manifestação do reino e pregar: “O reino dos céus está perto, arrependam-se!”. Ponto – chave: Hoje é o tempo de nos prepararmos. Pergunta: Que relação há entre o arrependimento e reinarmos com Cristo no mundo que há de vir? _________________________________________________

 Semana 1 – Sexta-Feira Leitura bíblica: Êx 30:22-25; Mt 27:51; Lc 23:45; Hb 10:19-22 Ler com oração: Depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue (1 Co 11:25).O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica (2 Co 3:6). 

 O MINISTÉRIO NEOTESTAMENTÁRIO PROVÉM DO ESPÍRITO QUE DÁ VIDA

 O ministério neotestamentário iniciou-se com o Senhor Jesus ainda em carne e continuou depois de Sua morte e ressurreição. Morrer e ressuscitar foi o modo pelo qual o Senhor se tornou o Espírito que dá vida (1 Co 14:45b). Uma vez que o Senhor é o Espírito, quem O toca, ganha vida. O Espírito que dá vida se refere ao Espírito Santo adicionado ao processo pelo qual o Senhor passou em Sua encarnação, morte e ressurreição. O Evangelho de João o chama de o Espírito da verdade, ou da realidade (Jo 14:17; 15:26; 16:13). O Espírito que dá vida inclui o Deus Triúno com Sua vida e obra. Em certos trechos, a Bíblia simplesmente O chama de “o Espírito”. Para compreender melhor o Espírito que dá vida, ou simplesmente “o Espírito”, após a encarnação, morte e ressurreição do Senhor, podemos usar como exemplo o óleo composto da unção do Antigo Testamento, com o qual se ungiu o tabernáculo com seus móveis e utensílios, Arão, seus filhos e suas vestes. De acordo com Êxodo 30:22-25, o óleo da unção era formado por cinco elementos, que são o azeite de oliveira mais quatro especiarias: mirra, cinamomo, cálamo e cássia. Na Bíblia, o número quatro se refere à criatura, especialmente o homem, e o número um simboliza Deus. Dentre as quatro especiarias, temos a mirra fluida, uma substância amarga usada para embalsamar o corpo das pessoas após a morte e retardar sua decomposição. A palavra mirra vem de um radical que quer dizer amargo. Ao ser crucificado, o Senhor tomou o cálice da amargura em nosso favor (Mt 26:39, 42). Mirra, portanto, se refere à morte do Senhor. A segunda especiaria é o cinamomo odoroso, uma planta que exala uma fragrância doce. Isso prefigura a eficácia da morte do Senhor. A terceira é o cálamo, um junco ou haste que nasce nos pântanos, ou seja, em águas mortas, paradas. Cálamo, portanto, prefigura a ressurreição. Por fim, temos a cássia, erva usada como repelente de insetos e serpentes, que simboliza a eficácia da ressurreição do Senhor. Recapitulando, temos a mirra (morte), o cálamo (ressurreição), o cinamomo (eficácia da morte) e a cássia (eficácia da ressurreição). Uma vez que o número quatro se refere à criatura, ele refere-se também ao Senhor como o Primogênito da criação (Cl 1:15). Falemos agora sobre o peso de cada especiaria. Primeiro temos quinhentos siclos de mirra. Em segundo lugar, temos duzentos e cinquenta siclos de cinamomo odoroso, isto é, a metade da primeira especiaria. Em terceiro lugar, temos duzentos e cinquenta siclos de cálamo e, por último, quinhentos siclos de cássia. Se tomarmos quinhentos siclos como unidade básica, temos três unidades. Quinhentos siclos da primeira especiaria (mirra); quinhentos siclos divididos em dois: duas especiarias de duzentos e cinquenta siclos cada (cinamomo e cálamo); e quinhentos siclos da terceira especiaria (cássia). O número três simboliza o Deus Triúno: Pai, Filho e Espírito. A primeira unidade é o Pai, a segunda, o Filho, e a terceira, o Espírito. Porém a segunda unidade de quinhentos siclos, que prefigura o Filho, foi dividida ao meio, indicando que Ele foi partido por nós na cruz por nossos pecados. Na morte do Senhor, o véu do santuário que separava o Santo Lugar do Santo dos Santos foi partido ao meio de alto a baixo (Mt 27:51; Lc 23:45), o que indica que já não há separação entre Deus e nós. Podemos achegar-nos com intrepidez ao Senhor no trono da graça (Hb 10:19-22). Aleluia! Que bênção desfrutar, por meio do Espírito, de tudo o que o Deus Triúno é e fez! Ponto – chave: O ministério do Espírito. Pergunta: Que relação tem o óleo sagrado as unção com o ministério neotestamentário?   

Semana 1 – Sábado Leitura bíblica: Êx 26:33; 40:21; Hb 9:6-7 Ler com oração: Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna (Hb 4:16) 

 NÃO MAIS VÉU, INCENSO, SACRIFÍCIO OU SANGUE

 Como vimos na leitura de ontem, quando o Senhor expirou na cruz, o véu que servia para separar o Santo Lugar do Santo dos Santos foi rasgado ao meio de alto a baixo (Mt 27:51; Lc 23:45). Na parte anterior ao véu, ficava o Santo Lugar, onde serviam os sacerdotes. Além do véu, ficava o Santo dos Santos, onde estava a arca da aliança, ou arca do Testemunho (Êx 26:33). Sobre a arca havia uma tampa, chamada de propiciatório, na qual havia dois querubins (25:17-21). Os sacerdotes serviam no Santo Lugar, cuidando do altar de ouro do incenso, do candelabro de ouro e da mesa dos pães da presença (40:4-5, 22-27). No Santo dos Santos, porém, apenas o sumo sacerdote entrava uma vez por ano para fazer expiação por si e pelos filhos de Israel (Hb 9:6-7). Em Levítico 16 lemos: “Então, disse o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório” (v. 2). Além disso, ao entrar no Santo dos Santos, o sumo sacerdote deveria levar consigo o sangue da oferta para aspergir sobre o propiciatório e, assim, fazer expiação por si e pelo povo, e levar também o incensário para a nuvem de incenso cobrir o propiciatório: “Porá o incenso sobre o fogo, perante o Senhor, para que a nuvem do incenso cubra o propiciatório, que está sobre o Testemunho, para que não morra. Tomará do sangue do novilho e, com o dedo, o aspergirá sobre a frente do propiciatório; e, diante do propiciatório, aspergirá sete vezes do sangue, com o dedo” Lv 16:13-14. Sem esses dois itens, o sumo sacerdote não poderia entrar no Santo dos Santos, pois morreria. Isso mostra como era difícil ter acesso a Deus diretamente no Antigo Testamento. Quando o Senhor Jesus morreu na cruz, algo maravilhoso ocorreu no templo. Em Mateus 27:51 lemos que “o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo”. E, em Lucas 23:45, vemos que o véu “rasgou-se pelo meio”. O véu que separava o Santo Lugar dos Santos dos Santos ficava pendurado em quatro colunas, que formavam três entradas. O número três prefigura o Deus Triúno; portanto as três entradas simbolizam o Pai, o Filho e o Espírito respectivamente. Uma vez que o véu se rasgou no meio, isso representa que o Filho, simbolizado pela entrada do meio, foi partido por nós na cruz. Assim como na composição do óleo sagrado da unção a medida central de quinhentos siclos foi dividida em duas, também o véu, no vão central entre as colunas que separavam o Santo Lugar do Santo dos Santos, foi aberto para nos dar livre acesso a Deus. Aleluia! O Filho foi partido por nós ao ser crucificado. Desse modo, Ele nos abriu um novo e vivo caminho pelo qual podemos entrar no Santo dos Santos com intrepidez e achar graça e misericórdia para socorro em tempo oportuno (Hb 4:16). Graças ao Senhor não há mais véu, nem a necessidade de incenso, sacrifício ou sangue de animais! Ponto - chave: Livre acesso a Deus. Pergunta: De que maneira o Senhor nos abriu um novo e vivo caminho até Deus?  


Semana 1-Domingo Leitura bíblica: Mt 3:16-17; 2 Co 3:6 Ler com oração: Aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele (1 Co 6:17) 

 MINISTROS SEGUNDO O MINISTÉRIO DO SENHOR JESUS

 Hoje temos livre acesso ao Pai por meio da obra redentora na cruz, pela qual o Senhor nos abriu um novo e vivo caminho (2 Pe 1:4; Hb 4:16). Como vimos nesta semana, o óleo sagrado da unção era um composto de quatro especiarias de três medidas mais um him de azeite. O número um representa o Deus único, o número três simboliza o Deus Triúno, e o número quatro prefigura a criatura. Desse modo, Deus e o homem foram mesclados, misturados. Agora, após a encarnação, morte e ressurreição do Senhor, a natureza divina e a humana estão mescladas. Além disso, pela morte e ressurreição, o Senhor se tornou o Espírito que dá vida (1 Co 15:45b). Isso quer dizer que, ao Espírito de Deus, simbolizado pelo puro azeite de oliva, foi acrescentada a obra redentora do Senhor por nós. Com tudo isso, o óleo da unção não é somente o azeite de oliva, mas outros elementos foram acrescentados. Com todos esses elementos acrescentados, ele se torna algo mais rico. Esse é o óleo da unção, o Espírito que habita em nós (Jo 7:39-40; 1 Co 6:17). Louvado seja o Senhor! O Senhor Jesus, ao iniciar Seu ministério, precisava ser ungido, e isso ocorreu pela descida do Espírito em forma de pomba sobre Ele assim que saiu da água, após ser batizado por João (Mt 3:16). Uma vez ungido, isto é, comissionado, Ele se tornou o primeiro a exercer o ministério neotestamentário. Portanto o primeiro ministro do Novo Testamento é o próprio Senhor Jesus Cristo. Ele é quem iniciou e quem faz a obra do ministério do Novo Testamento. Foi esse Senhor que, após morrer como o Cordeiro e ressuscitar como o Leão da tribo de Judá, abriu o livro e os sete selos em Apocalipse 5. Agora, uma vez que esse livro está aberto, teve início o Novo Testamento. Somente Ele é digno de abrir o livro. Sem tal Pessoa maravilhosa, ninguém se torna ministro. Todos nós, porém, que nascemos de novo e recebemos o Senhor, temos esse ministério e devemos exercê-lo por meio do Espírito que dá vida até a volta do Senhor. Ponto - chave: Ungido e comissionado para o ministério! Pergunta: Que representa o fato de o Espírito descer como pomba sobre o Senhor após Ele ter sido batizado?