Semana
2 – Segunda-Feira
Leitura bíblica: Mt
3:1-2; Lc 1:15; Rm 8:6, 10-11; Gl 4:19
Ler com oração: O pendor da carne dá para a morte, mas o do
Espírito, para a vida e paz (Rm 8:6)
-----------------------------------------------------------------------------------------
ARREPENDIMENTO
PARA CRESCER E AMADURECER
O tema desta semana é
“João Batista”. Ele foi o precursor do Senhor Jesus, a fim de Lhe preparar o
caminho. No registro do livro de Mateus, a primeira menção a João diz que ele
apareceu no deserto pregando o arrependimento (Mt 3:1-2). O Evangelho de Lucas,
porém, nos fornece mais detalhes. Seu pai, Zacarias, era sacerdote, e sua mãe,
Isabel, era parenta de Maria, a mãe de Jesus (Lc 1:36).
Lucas 1:39-40 fala que
Maria, mãe de Jesus, foi visitar Isabel, mãe de João Batista. Quando Maria
saudou Isabel, João, ainda no ventre de Isabel, estremeceu. Este fato mostra
que, como aquele que iria preparar o caminho do Senhor, João seria “cheio do
Espírito Santo, desde o ventre materno” (v. 15).
Mais tarde, já adulto,
João Batista saiu a pregar, dizendo: “Arrependei-vos, porque está próximo o
reino dos céus” (Mt 3:2). Que significa arrepender-se? A palavra arrependimento
quer dizer mudança de mente, e a mente é a parte principal da alma.
Deus criou o homem com
três partes: espírito, alma e corpo (cf. Gn 2:7). Romanos 8 fala da salvação de
todas essas três partes. Os versículos 10 e 11 mostram que, quando Cristo
habita em nós, nosso espírito é vida, e, por fim, até mesmo nosso corpo mortal
ganhará vida por meio desse Espírito. Já o versículo 6 diz: “O pendor da carne
dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz”. A palavra “pendor”
indica a inclinação da mente. Isso quer dizer que, se colocarmos a mente na
carne, isso resultará em morte espiritual. Mas, se inclinarmos a mente para o
espírito, teremos vida e paz.
Embora esses versículos de
Romanos 8 não mencionem a palavra alma, eles mencionam sua parte principal: a
mente. Nessa porção da Palavra, a mente representa a alma. Inclinar nossa mente
ao espírito é, portanto, colocar nossa mente debaixo do governo do espírito.
Isso significa que arrepender-se é negar a vida da alma, deixar o espírito
liderar, abandonando nossos conceitos e tradições para que Deus nos revele
coisas novas.
Temos repetido essas
palavras insistentemente porque o problema do pecado é mais fácil de ser
percebido e resolvido, mas muitos não percebem que a alma do homem tem um
grande problema, especialmente o lado bom da vida da alma. O lado mau da alma é
facilmente detectado e rejeitado; ninguém o quer. Contudo todos valorizam o
lado bom da alma e não querem abrir mão dele.
Antes de recebermos a vida
de Deus, nossa alma estava cheia da vida natural herdada de Adão, pela qual
vivíamos espontaneamente. Um dia, porém, fomos regenerados, nascendo de Deus
(Jo 1:12; 1 Pe 1:3). Além da vida humana que ganhamos de nossos pais, obtivemos
a vida de Deus, que entrou em nosso espírito como uma sementinha e agora
precisa crescer até a maturidade. Isso é semelhante ao bebê no ventre materno:
precisa desenvolver-se e tomar forma. Esse era o encargo de Paulo com os
gálatas: ele sofria até que Cristo fosse formado neles (Gl 4:19). Que o Senhor
cresça cada dia em nós para que, em Sua volta, estejamos maduros para reinar
com Ele na manifestação do Seu reino
Ponto-chave: O Espírito é vida para o espírito, alma
e o corpo.
Pergunta: Por que a salvação da alma está
relacionada com o arrependimento?
____________________________________________
Semana 2 – Terça-Feira
Leitura bíblica: Mt 16:24-25; Gl 4:1-2; Ef 4:11-12
Ler com oração:
Não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso
homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em
dia (2 Co 4:16).
------------------------------------------------------------------
A
IGREJA COMO EDIFICAÇÃO ESPIRITUAL
Quando cremos no Senhor,
nascemos de novo (Jo 1:12; 1 Pe 1:3). Como recém-nascidos em Cristo, precisamos
crescer. Gálatas 4:1-2 nos mostra que, enquanto é criança, o herdeiro precisa
ser colocado num ambiente adequado para crescer, sob os cuidados de tutores e
curadores, para instruírem-no e cuidarem dele. Assim é nossa experiência na
vida de Deus. Nós tínhamos apenas a vida natural herdada de Adão, mas, um dia,
nascemos de novo e ganhamos a vida divina em nosso espírito. Agora essa vida
precisa expandir-se para nossa alma. Todavia como pode a vida de Deus entrar em
nossa alma se estamos cheios de nós mesmos? Não há espaço para ela. É preciso
esvaziar-nos de nós mesmos para que a vida divina cresça em nós. A vida da
igreja é o lugar adequado para isso.
A igreja não é uma
organização nem um prédio físico. Alguns talvez entendam a igreja como um lugar
físico porque o Senhor em Mateus 16 fala de edificá-la sobre a rocha (v. 18).
Assim, no conceito de muitos, a igreja refere-se a uma construção, como um
templo ou lugar onde os cristãos se reúnem. De fato, a igreja precisa ser
edificada, mas não de uma maneira física.
Efésios 4:11-12 fala do aperfeiçoamento
dos santos para a obra do ministério com vistas à edificação do Corpo de
Cristo. Essa edificação não é material, e sim espiritual. O Corpo de Cristo é
edificado com vida, a vida divina. A vida da igreja é o ambiente onde isso
ocorre (v. 16).
Ao referir-se à vida da
igreja, ao nosso viver, o próprio Senhor Jesus disse: “Se alguém quer vir após
mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24).A expressão “a
si mesmo” refere-se ao eu, ao ego caído. Esses termos equivalem à vida da alma
(v. 25), ou ao velho homem (Rm 6:6; Ef 4:22; Cl 3:9), o homem natural (1 Co
2:14). Essa é a razão de enfatizarmos tanto a importância de renunciarmos à
vida da alma, pois isso permitirá que a vida de Deus cresça em nós. Se a vida
de Deus continuar crescendo, seremos semelhantes a Cristo (1 Jo 3:2). Assim, a
vida de Deus em nós terá proporção maior do que a vida da alma, e seremos
capacitados a entrar na manifestação do reino dos céus.
Ponto – chave: Viver a vida da igreja.
Pergunta: Por afirmamos que “edificar a igreja” em Mateus
16 não se refere a uma construção física?
__________________________________________________
Semana 2 – Quarta-Feira
Leitura
bíblica: 1 Sm 10:1; 16:13; Mt
3:13-17
Ler com oração:
Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos
convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu (Mt 3:15).
------------------------------------------------------------------
JESUS
CUMPRIU TODA A JUSTIÇA
O Senhor Jesus é o
primeiro ministro do Novo Testamento. Mas, antes de iniciar Seu ministério
terreno, Ele se dirigiu para o Jordão a fim de ser batizado por João (v.
13).Após ser batizado, o Senhor foi ungido pelo Espírito, que desceu sobre Ele
em forma de pomba. Como já vimos, aquele que é ungido recebe um ministério. No
Antigo Testamento, quando alguém era ungido, recebia de Deus uma comissão para
executar seu ministério. Por exemplo, o sumo sacerdote era ungido para exercer
o ministério sacerdotal. Igualmente os reis precisavam ser ungidos por
sacerdotes para serem confirmados em seu trono (cf. 1 Sm 10:1; 16:13).
João Batista, como precursor de Jesus, veio para Lhe
preparar o caminho. Em Mateus 3:11 João Batista diz: “Eu vos batizo com água,
para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que
eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito
Santo e com fogo”. João Batista tentou dissuadir o Senhor de ser batizado, mas
Ele respondeu: “Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a
justiça” (v. 15). A justiça aqui se refere a fazer o que é correto, justo.
Aquilo que Deus nos disser, é o que devemos fazer, pois assim Ele determinou.
Em nosso conceito, toda
vez que falamos de justiça, nós a colocamos em oposição ao pecado. Na verdade,
não pecar deveria ser uma situação normal. Deus não nos criou para pecar. O
pecado entrou depois, por meio do engano de Satanás, quando o homem comeu da
árvore do conhecimento do bem e do mal. Ao comer do fruto dessa árvore, o
pecado entrou, e todos pecaram (Rm 5:12).
O Senhor Jesus veio para
resolver esse problema que o homem tinha com Deus e abrir caminho para que a
vida de Deus pudesse nele entrar e crescer. Por meio de Sua morte na cruz, o
Senhor cumpriu a redenção e abriu o caminho para o homem ser salvo e regenerado.
O ministério terreno do Senhor Jesus tinha esse objetivo, mas, para iniciá-lo,
Ele precisava cumprir toda a justiça. Deus determinou que todos fossem
batizados, e o Senhor, como homem, cumpriu a justiça, submetendo-se à vontade
do Pai, e foi batizado por João.
Ponto – chave: Submeter-se
a vontade de Deus.
Pergunta: Por que o Senhor
precisava ser batizado para inicia Seu ministério terreno?
___________________________________________________
Semana 2 – Quinta-Feira
Leitura bíblica: Jo
3:22-30; 4:1-2
Ler com oração: Convém que ele cresça e que eu diminua (Jo
3:30).
----------------------------------------------------------------------------
ABRIR
CAMINHO PARA A VINDA DO SENHOR
Como precursor do Senhor
Jesus, João Batista tinha uma incumbência de Deus: preparar o caminho para o
Senhor, pregando o batismo de arrependimento. Seu pai, Zacarias, era sacerdote,
portanto João Batista nasceu numa família de sacerdotes e, segundo a tradição,
deveria cumprir seu ministério sacerdotal. Todavia ele não seguiu os padrões
determinados pela religião judaica.
João não entrou no templo
para servir; antes, ele pregava no deserto (Mt 3:1). Os sacerdotes comiam da
carne sacrificada no altar e também dos pães preparados pelos levitas, mas a
dieta de João Batista era gafanhoto e mel silvestre (v. 4). Os sacerdotes em
serviço usavam vestes sacerdotais, mas João Batista vestia pelos de camelo, um
animal considerado imundo pelos judeus. João foi comissionado e enviado por
Deus para fazer a transição entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a antiga
e a nova aliança, entre o ministério do Antigo Testamento e o ministério
neotestamentário.
O Senhor Jesus deu o
exemplo de negar a Si mesmo quando foi batizado por João, submetendo-se à
vontade do Pai. Após Seu batismo, o Espírito de Deus desceu sobre Ele como
pomba (v. 16). Isso era como o óleo composto da unção ungindo-O para Seu
ministério. A partir de então, o Senhor Jesus começou Sua obra e passou a pregar
o evangelho do reino (4:17).
João Batista disse que era
o precursor do Senhor Jesus (Jo 3:28), portanto, depois de batizá-Lo, deveria
seguir o Senhor e levar todos os seus discípulos também a segui-Lo, ou seja, o
Senhor deveria crescer, e João diminuir, como ele mesmo disse (v. 30).
O Senhor Jesus cumpriu
toda a justiça de Deus sendo batizado, porém João Batista não a cumpriu, pois,
além de não ter seguido o Senhor Jesus, ainda continuou com seu grupo de
discípulos. O grande problema do homem é ter em seu poder um grupo de pessoas.
Ele se torna o líder do grupo e fica satisfeito com a situação.
Parece que ter um grupo de
discípulos mudou o coração de João. O Senhor Jesus já havia começado Seu
ministério, enquanto João mantinha seu ministério paralelo (4:1-2). Isso
iniciou uma espécie de disputa ou mesmo competição entre os discípulos de João
e os do Senhor. Em certa ocasião, os discípulos de João se uniram aos fariseus
a fim de questionar o Senhor quanto ao jejum (Mt 9:14). Por fim, Deus levantou
uma situação em que João Batista foi preso.
Quando temos numa igreja
muitas pessoas sob nosso cuidado, ouvindo-nos e tendo consideração por nós, não
é fácil lidar com isso. Devemos tomar muito cuidado para que isso não nos
desvie da rota e do chamamento que recebemos do Senhor. Como servos do Senhor
hoje, que esperam e apressam a vinda do Senhor, somos os precursores de Sua
segunda vinda. Que sejamos fiéis em pregar o arrependimento para o reino e
conduzir as pessoas ao Senhor, sem nenhuma ambição de ter uma obra própria
separada Dele.
Ponto – chave: Diminuir
para o Senhor Crescer.
Pergunta: Como lidar com o
fator de haver pessoas que nos ouvem, seguem e admiram?
_________________________________________________
Semana
2 – Sexta-Feira
Leitura bíblica: Mt
11:2-6; 14:3-12
Ler com oração: Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso
Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das
nossas mãos (Sl 90:17).
----------------------------------------------------------------------------
CRER
QUE O SENHOR É O CRISTO
Quando João Batista ficou
encarcerado, mandou seus discípulos perguntarem ao Senhor Jesus: “És tu aquele
que estava para vir ou havemos de esperar outro?” (Mt 11:3). O Senhor não
respondeu nem sim, nem não. Apenas disse: “Ide e anunciai a João o que estais
ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os
surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o
evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço”
(vs. 4-6).
Outras pessoas reconheciam
que o Senhor era o Cristo. Quando o Senhor estava próximo ao poço de Sicar,
teve fome, e os discípulos foram comprar comida. Ele ficou sozinho junto ao
poço e apareceu uma mulher samaritana. Depois de o Senhor lhe falar acerca da
água viva, que se torna uma fonte a jorrar do interior para a vida eterna, e
também de adorar a Deus em espírito e em realidade, a mulher disse que sabia
que o Messias haveria de vir. O Senhor, então, lhe disse: “Eu o sou, eu que
falo contigo” (Jo 4:26). A mulher voltou para a cidade e disse às pessoas:
“Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este,
porventura, o Cristo?!” (v. 29). Até a mulher samaritana cria que o Senhor era
aquele que haveria de vir, porém João Batista enviou seus discípulos para
questionar o Senhor a esse respeito.
O homem sempre aponta o
erro dos outros, mas raramente consegue ver os seus próprios. João Batista não
era diferente. Ele sabia que o Senhor Jesus era o Messias, mas mandou seus
discípulos questioná-Lo. O Senhor Jesus não o salvou da prisão, mas disse aos
que O questionavam que reportassem a João todas as obras que Ele fazia.
Talvez alguns indaguem:
“Por que o Senhor Jesus não o salvou?”. Talvez porque João, que veio para ser
Seu precursor, acabou sendo Seu concorrente. Houve uma mudança da parte de
João, por isso o Senhor Jesus não usou de milagre para tirá-lo da prisão, assim
como fez com Pedro e com Paulo (At 12:5-9; 16:23-27); apenas relatou as obras
que Ele mesmo fazia, dando-lhe uma chance de arrependimento.
O desfecho dessa história
é que, em sua festa de aniversário, o rei Herodes se agradou da dança que a
filha de sua cunhada Herodias fez e, alegre, prometeu dar-lhe o que ela
pedisse. A menina, instigada pela mãe, pediu-lhe a cabeça de João Batista.
Assim, João foi decapitado no cárcere (Mt 14:10).
A história sobre João
Batista deve ser um alerta para nós. Que aprendamos a não fazer nenhuma obra
que concorra com a obra do ministério do Senhor!
Ponto-chave: Não permitir
que as circunstâncias nos impeçam de seguir o Senhor.
Pergunta: De que maneira
João Batista poderia ter reconhecer que o Senhor era o
Cristo?
_________________________________________________
Semana
2 – Sábado
Leitura bíblica: At
9:20-25; 1 Pe 5:1-4
Ler com oração: Pastoreai o rebanho de Deus que há entre
vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por
sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram
confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho (1 Pe 5:2-3).
----------------------------------------------------------------------------
EXEMPLOS
QUE NOS SERVEM DE ADVERTÊNCIA
Ter seguidores pode levar
uma pessoa a mudar. Ao ser colocado no cárcere, João Batista esperava que o Senhor
Jesus fosse salvá-lo. O Senhor podia fazê-lo, mas, se o tirasse da prisão,
talvez João continuasse concorrendo com Sua obra. Por fim, ele acabou morto na
prisão.
Assim como João Batista,
Paulo também tinha discípulos. Depois de salvo, permaneceu em Damasco, onde
pregava o evangelho com intrepidez (At 9:20-22). Por causa disso, os judeus
planejaram tirar-lhe a vida. Quando isso lhe chegou ao conhecimento, ele teve
de fugir da cidade. Uma vez que as portas estavam vigiadas, seus discípulos o
puseram num cesto e o baixaram pela muralha (vs. 23-25). Nesses versículos
podemos ver que Paulo tinha seus discípulos. Porém, por amor a Paulo e por
ainda querer usá-lo, o Senhor não permitiu que essa situação continuasse;
assim, levantou circunstâncias em que ele teve de se afastar de seus
discípulos.
Paulo não passou pelo
treinamento pessoal do Senhor Jesus em Seu ministério terreno. Como alguém que
aprendera a lei e dela era zeloso, não poderia entender as coisas do Novo
Testamento, senão por revelação. A palavra da sua pregação provinha das
revelações que Deus lhe deu quando o arrebatou ao terceiro céu. Em 2 Coríntios
12:1-4, lemos: “Se é necessário que me glorie, ainda que não convém, passarei
às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze
anos, foi arrebatado até ao terceiro céu [...] e sei que o tal homem [...] foi
arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao
homem referir”.
Dessa forma, ele pôde
entender a economia neotestamentária de Deus, segundo vemos em suas cartas,
principalmente no livro de Efésios. E não mais produziu discípulos para si.
Todos os que servem a
igreja precisam atentar para isso. Muitas vezes, começam bem na obra do Senhor:
humildes e submissos. Mas, quando obtêm um grupo de seguidores, que gostam
deles, podem mudar e deixar de ouvir o Senhor. A história de João Batista é uma
advertência, um espelho para todos nós.
Na obra do Senhor, não
constituamos um grupinho fechado para nós mesmos. Entre nós não deve haver
grupos. Somos um grupo só, somos uma só igreja. Também não mantenhamos nenhum
grupo especial de seguidores. Somos membros uns dos outros, e todos devemos ter
o encargo de cuidar e alimentar uns aos outros com vistas à edificação do Corpo
de Cristo.
Ponto-chave: Ser salvos
dos perigos do sucesso na obra.
Pergunta: De que maneira o
Senhor preservou Paulo de ter seu próprio grupo de seguidores?
_______________________________________________________
Semana
2 -Domingo
Leitura bíblica: Mt
3:17; At 13:25; 2 Co 4:5
Ler com oração: Pela graça que me foi dada, digo a cada um
dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com
moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. Porque assim
como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma
função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e
membros uns dos outros (Rm 12:3-5).
----------------------------------------------------------------------------
NÃO
PRODUZIR GRUPOS PARA NÓS MESMOS NA IGREJA
Estamos aqui para fazer a
obra do Senhor, e tudo o que somos e temos é para Ele. Na obra pode haver
pessoas que nos respeitam, mas jamais formemos para nós um grupo especial,
particular. A obra é do Senhor, não nossa. Tomemos cuidado! Quando há seguidores,
muitos acabam achando que são alguma coisa. Não pensemos de nós mesmos além do
que convém.
Aquele que serve o Senhor,
que faz a obra do Senhor, deve preocupar-se em pregar o Senhor Jesus apenas, e
não a si mesmo (2 Co 4:5). Não importa quão bom alguém seja, sua obra não é
para si mesmo. Precisamos sempre cuidar dessa questão. Deus não quer divisões
no Corpo de Cristo, não quer que tenhamos nossos discípulos. Deve haver apenas
discípulos do Senhor Jesus. Ressaltamos isso com tanta repetição porque se trata
de algo crucial.
Não devemos constituir um
grupo pessoal de discípulos. Essa é a lição que extraímos das histórias de João
Batista e Paulo. Essa é a situação para a qual devemos dar especial atenção na
vida da igreja. Do contrário, deixaremos de ser úteis ao Senhor. Deus ainda
queria usar Paulo, por isso salvou-o daquela situação. João Batista já havia
completado o seu ministério (At 13:25), feito a obra de precursor do Senhor, e
sabia que aquele que haveria de vir era o Senhor Jesus. Entretanto, quando Ele
veio, João não saiu de cena após batizar Jesus; antes, continuou com sua obra
particular. Por fim, o Senhor não o salvou da prisão.
João Batista foi muito
útil ao Senhor para introduzi-Lo em Seu ministério. Foi ele quem batizou o
Senhor com água, ocasião em que o Espírito de Deus desceu sobre o Senhor Jesus
em forma de pomba e O ungiu para o ministério. Contudo, a partir daí, João
deveria apenas seguir a Jesus.
Só Jesus é o Senhor. Essa
é a revelação que recebemos da Bíblia. Só Ele tinha o ministério do Novo
Testamento. O Espírito de Deus desceu sobre Ele e O ungiu, e o Pai confirmou,
dizendo: “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3:17). Aleluia!
Deus Lhe deu uma incumbência, e Ele foi fiel em cumpri-la. Nas semanas
seguintes vamos falar ainda muito sobre o ministério neotestamentário e ver
qual o ministério que seguimos e praticamos. Somente um ministério permanecerá
até a volta do Senhor: o ministério do Senhor Jesus.
Ponto-chave: Ministros do
ministério do Senhor Jesus.
Pergunta: Qual é o perigo
de alcançar certo sucesso na obra do Senhor?